Quis o Senhor que, apesar da Luz com que inteiramente me penetra, eu caminhasse às apalpadelas como toda a gente, neste reino de Trevas que Satanás governa. Eu não posso ser, aqui, um privilegiado. Como Jesus não foi um privilegiado: também Ele teve que encontrar e seguir o Seu caminho sempre só tacteando.
Que faz então a Luz em mim, em Jesus, Ele que até era a própria Luz? Penetra a miséria humana e reconhece-a. Descobre a cegueira do nosso coração e o Deserto em que caminhamos. Identifica as nossas construções como uma ruína ampliando-se sempre e esmagando continuamente a Vida. Acorda as batidas originais do nosso coração e leva-nos a verificar o grosseiro e trágico Erro em que incorremos ao ouvir a voz da Serpente.
Mas não nos tira daqui. Da miséria, da cegueira, do Deserto, da Ruína, do Erro e da sua consequência. Até que todo este diabólico Fluxo desagúe numa espalhafatosa, universal Catástrofe e assim sintamos o amargor dos frutos que a nossa decisão de dispensar Deus produziu. A Luz dá-nos apenas a consciência do que se está passando e aponta-nos a Catástrofe final. A diferença entre os que recebem a Luz e os que se continuam bloqueando contra ela é apenas esta dor acrescida de ver que caminhamos para o precipício e aceitarmos caminhar no meio da multidão, até nos despenharmos, como toda a gente, no Abismo. E há uma outra diferença: o sabermos que lá no fundo nos espera o nosso Pai, que nos tomará nos Seus Braços omnipotentes e iniciará connosco o caminho do Regresso à Luz plena!
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