4/10/97 – 5:11
Mas, no momento em que olho, aquela imagem virou 5:12, que me une estreitamente Jesus à Sua Igreja como seu Centro e sua Fonte. Na primeira imagem, Jesus é a Luz da Luz. Juntas, as duas imagens apontam-me a Igreja como Luz da Luz entre os povos. Ela é em verdade, assim, Jesus permanentemente incarnado, concreto e vivo entre os homens.
Mas não posso evitar contemplá-la, neste passo, em toda a sua traição e ruína. E continuo vendo Jesus incarnado nela, até ao órgão mais apodrecido do seu corpo! Vejo então Jesus arrastando-Se penosamente, com os espinhos da traição enterrados na cabeça, chaga viva vergada ao peso de uma cruz de séculos, encaminhando-Se sempre para cima, para o Calvário, para a crucifixão.
Vai morrer agora, outra vez. Vai haver trevas por toda a terra. O véu do templo vai rasgar-se, escancarando o Santo dos Santos. Vai haver depois um silêncio tenso em todo o Universo: Jesus estará descendo aos Infernos, ao próprio antro de Satanás. Durante este tempo todos pensarão que o Filho de Deus de novo fracassou.
Mas, três dias e meio passados, o silêncio começará a ser inundado por um alvoroço imparável, crescendo em avalanche. Começará naqueles que foram ferida voluntária da ferida imposta a Jesus, sangue voluntário derramado junto com o sangue arrancado violentamente ao corpo de Jesus. Mas depois o alvoroço avançará em cadeia, contagiando multidões, em ondas sucessivas a partir do Calvário, onde estará a Cruz erguida como uma Sedução irresistível. Olhando-a, todos estes dirão, muito espontaneamente, Sim, também eu quero participar dela! E dirão isto com uma alegria nova, louca, no coração.
Assim, em ondas inesgotáveis, o sangue do Calvário avançará por toda a terra como fogo purificando e como bálsamo extinguindo toda a dor dos homens. Chamar-se-á a este fogo e a este bálsamo e a esta alegria que jorram ininterruptamente a partir do Calvário Igreja, e a Cruz será de novo e para sempre o luminoso Sinal da Paz.
Escrevi este texto sem nada sentir; apenas como um cinzel que grava na pedra, seguro nas Mãos frenéticas do Artista.
São 7:31.
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