– 10:13:17/8
Também no fim da vigília me apareceram os Sinais 1 e 3, juntamente com o Sinal da Paz, o 7.
– Sofro muito, Jesus, meu Amigo, por causa deste exílio em que vivo, tão longe da minha Pátria e da Casa do meu Pai. Nem a Ti Te vejo, meu Companheiro, como queria ver-Te, por causa das tempestades de areia, do brilho de zinco deste Deserto e das tão longas noites sem estrelas. Aqui até o encanto da minha Mãe e minha Rainha me é roubado por longos tempos, e também o meu coração fica todo engelhado, de secura. Há tanto tempo que me queima esta ânsia de chegar, meu pobre Amor! Pobre, sim, porque também Tu aqui vais comigo e não chegaste ainda, Filho de Deus, à Casa do Teu Pai! Sinto-Te a respiração débil, os braços moles, as pernas tremendo de lhe estarem todas as energias esgotadas, o corpo todo feito uma dor única, caído no chão. E não vejo como possas avançar. Eu também estou assim magrinho e frágil, mas ando Contigo aqui só há três anos, enquanto Tu sei que andas aqui há séculos, no meio destas construções de barro, ridículas na sua monstruosidade, esboroando-se e teimosamente se erguendo de novo! Que país este, meu frágil Deus! Que pátria esta em que nascemos, tão longe da nossa, onde Tu me encontraste pensando também, como todos os outros meus semelhantes, que a minha pátria era esta, aperfeiçoada pelas minhas mãos, juntas às de todos quantos aqui nascemos! Vê que não vem mais ninguém connosco, Companheiro: anda tudo pensando ainda que é uma fatalidade viver nestas casas de barro ligadas por estas ruas de asfalto negro ou cinzento, esperando ainda fazer disto uma pátria habitável… Ninguém vê, Mestre, que nesta grotesca tentativa de injectar vida neste barro, se arranca a vida da sua fonte, esterilizando-a e alargando mais e mais o Deserto! Meu pobre Louco do Amor, diz-me onde tens, neste Teu corpo desfalecido, a Tua misteriosa Esperança. Se é preciso continuar a andar, vamos! Eu levo-Te em peso, aos ombros…acho que ainda aguento mais um tempo… Eu sei que o Éden existe e, se lá chegarmos, as pessoas acreditarão no impossível.
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