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Escrever, para mim, é a forma mais eficaz de me manter amarrado a Deus; se apenas lesse, nem que fosse a Bíblia, tudo quanto lesse seria desinteressante nestes momentos de desolação absoluta como o que agora atravesso. Quando escrevo é, nestes momentos, como se estivesse abrindo uma mina através de rocha compacta: não vejo nem sinal da Água que procuro, fico todo dorido, mas verifico depois que estive avançando em direcção à Fonte e que portanto tudo quanto ficou escrito foi caminho desbravado e livre para quem quiser passar.
E como sei eu que me mantive no rumo certo? Como sei eu que a mina se não está desviando para uma qualquer fonte, não de água, mas de veneno? É que ao fim destes momentos, mais breves ou mais longos, sempre encontro veios de Água límpida que me indicam a direcção da Fonte. Deste modo, é o próprio avanço que mantém a coragem para avançar; se eu desistisse, então é que ficaria totalmente impossibilitado de chegar à Fonte. Assim, cada palavra que escrevo, mesmo que seja só uma areia que se desprenda do rochedo duro, é um alveolozinho de Liberdade, por onde logo o Espírito avança!
Há certamente outros, para quem a forma de se manterem caminhando será diferente. Podem ser até muito pouquinhos aqueles a quem Jesus pede que escrevam. Também aqui cada um é único perante o louco Ciúme de Deus. Havemos de ver formas estranhíssimas de caminhar para a Fonte. Vias enternecedoras, por certo. Porque todas elas manifestarão uma qualquer loucura do mesmo Amor.
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