17/8/06 — 11:21:40 — Rossão
Lentamente vou compreendendo porque é que Deus, nas fases mais decisivas do curso da Sua Mensagem, me desactiva toda a emoção e parece servir-Se apenas das minhas capacidades mais vulgares, aquelas que no trabalho da Cidade mais intensamente exercitamos, como sejam a clareza formal da linguagem, a possível diversificação do vocabulário, a estruturação mais ou menos lógica dos conteúdos, a possível precisão dos conceitos; a Vida eterna que a Sua Palavra contém, essa só muito nebulosamente a pressinto, ao escrever. Por isso me parece muitas vezes verdadeiramente absurda a situação em que escrevo.
Maria apontou-me mais uma vez esta noite o motivo profundo porque assim procede Deus comigo: é necessário que o Verbo incarne onde a nossa Carne está. Por outro lado, o próprio Profeta não é apenas um invólucro em que venha embrulhada ou encaixada a Palavra de Deus, muito menos um grande e pesado contentor que apenas a guarde, para que as pessoas vão buscá-la; ele é sempre Testemunha da eficácia da Palavra que transporta e portanto todo ele se torna palavra viva testemunhando o que viu, o que ouviu, o que nele próprio aconteceu. Mas o seu testemunho não pode ser outro senão o da absurda vivência do seu Mestre que, sendo a própria Palavra Omnipotente, teve que a derramar na terra, na impotência do Seu testemunho humano.
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