— 19:49:53 — Lamego
Acabo de visitar, pela primeira vez na minha vida, a Senhora da Guia dos Arciprestes, depois de, quando eu tinha seis meses de vida, a minha mãe comigo ali se ter deslocado a pé, debaixo de uma fortíssima tempestade, a pedir à Senhora que lhe fizesse vir ao peito o leite que lhe faltava para me alimentar. Todos testemunham que o leite voltou, em abundância, depois de ela ali ter estado.
— Maria, fala comigo sobre este facto.
— Acreditas em que foi assim como as pessoas testemunham?
— À letra: a minha mãe tinha ficado sem leite, e depois de ter estado naquele lugar o leite voltou, em abundância, de modo a que eu, que estava a ficar “muito magrinho”, depressa fiquei de novo um bebé “muito gordo”, conforme as pessoas daquele tempo testemunham.
— Foi feito nesse tempo, portanto, a teu favor, um verdadeiro milagre!?
— Foi. Não tenho dúvida absolutamente nenhuma.
— E quem fez esse milagre?
— Todos os milagres são feitos por Deus. Mas Ele pode fazê-los a um pedido Teu, cheio de alegria.
— Achas que foi o que aconteceu?
— Foi. Não tenho dúvida absolutamente nenhuma.
— Porque estás respondendo assim, tu, o homem de todas as dúvidas?
— Não sei. Talvez porque já outros milagres incontestáveis aconteceram na minha vida. Talvez porque me sinto objecto de uma especial ternura por parte de Deus. Talvez por viver agora no Deserto Contigo há seis anos e este tempo me ter confirmado a especialíssima relação que Tu tens comigo. Talvez…talvez porque eu sou o Ungido do Senhor neste Tempo Novo. Talvez, enfim, porque todos os elementos se congregam numa espectacular harmonia e coerência quando penso na missão ou missões em que fui investido.
— E como viveste aqueles momentos que passaste na capelinha solitária, perto de Castanheira do Ouro, a caminho de Gouviães?
— Ninguém no Rossão sabia onde ficava a capelinha. Mas logo, ao entrar num supermercado aqui em Lamego, a primeira pessoa a quem perguntei me deu todas as indicações para lá chegar. A capelinha estava fechada, mas logo alguém se prontificou a chamar quem a pôde abrir. Lá estavam, ao lado, dois enormes arciprestes. E lá dentro, no costumado nicho atrás do altar, no alto, lá estava a Tua imagem. Muito feiinha, diga-se. Enterneci-me. E muitos outros sentimentos juntos me atravessaram. Depois fui à fonte onde dizem que a minha mãe bebeu, tendo sentido logo no peito o leite. Senti vagamente que ali estavas Tu e a minha mãe terrena, muito felizes. Mas lá estava o Sinal da Devastação: a fonte estava seca…
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