7/5/02 — 5:43
Estes Sinais mostram-me envolvido pela Presença de Deus. Mas uma outra imagem, 6:06 revela-me a sensação que me domina: a Besta querendo esmagar-me o coração. Uma nova vaga de Solidão me envolve, povoada de cansaços e medos.
— O cansaço é natural a quem muito trabalha. Mas os medos? Que medos são os teus ainda, Meu pequenino? — intervém Maria.
— Medo de todo o meu cansaço ter sido inútil. O fracasso dói, não?
— Sim, o fracasso dói. Eu sei o que é o fracasso.
— Também alguma vez desconfiaste de que a Tua espera fosse em vão?
— Sim, também se desenhava diante de Mim muitas vezes o fracasso.
— Eu não queria escrever “muitas vezes”.
— Mas é essa a verdade. Deus isentou-Me do Pecado, mas não Me isentou das consequências. E a Minha carne era fraca como a de toda a gente.
— Mas repara: Jesus tinha-Te a Ti e Tu tinhas Jesus. Mas eu sou sozinho a transportar o meu Segredo, maior que o mundo.
— E quantas vezes também Eu não Me senti só, com o Meu Segredo?! Lembra-te de que o caminho de cada um é único.
— E sentias esses Teus momentos de prostração como vindos do Demónio?
— Há momentos em que não sentimos nada, senão a dor; ela não nos deixa ver a sua causa, nem a sua finalidade.
— E como Te reerguias desse poço fundo e escuro?
— Como Tu fazes: partilhando a Minha dor com Deus.
— Mas Deus tinha-Lo Tu em carne e osso na Tua própria casa!
— Quem Eu tinha em casa era só o Meu Filho, que desabrochava na escuridão deste mundo, como qualquer homem, até Se revelar a Si próprio na Sua total identidade. Ele tinha um caminho próprio a seguir. E Eu tinha, no Meu caminho, o Meu próprio peso a transportar.
— Mas que peso! Imagino!…
— Também o teu peso é maior que o mundo, Eu sei. Mas não é um peso morto, pois não?
— Às vezes até parece… Repara neste montão de volumes já escritos.
— E quando os livros deixam de ser de papel e passam a ser feitos de sonhos?
— Sim, aí tornam-se um peso vivo que, ao mesmo tempo que pesa, fascina e arrebata. Às vezes, no entanto, só vejo mesmo o montão de papel… E tudo o que lá está escrito fica mesmo sem peso nenhum.
— É muito duro, sim, Meu pequenino companheiro, o Caminho. Mas vê como continuas escrevendo!
— Sim, sempre Alguém do Céu me vem amparar em momentos assim.
— E sabes porque é necessário que assim seja?
— Continuamente Vós mo estais dizendo: é preciso incarnar.
— E vês agora como as palavras que vêm do Céu nunca são ocas?
— Mas diz-me: o Demónio não anda aqui metido?
— Com todo o seu peso. Está na hora de ele se mostrar maior que Deus. Se escutares bem, hás-de ouvi-lo dizer: Eu sou o dobro de Deus! Eu sou 666!
São 7:52!!
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