5/5/02 — 3:24
Acordei às 2:27. E tamanha ternura de Jesus por mim li neste Sinal, que logo acendi a luz, para não readormecer. E quando agora me levantei, na convicção de que tinham passado uns segundos, verifico que estive quase uma hora de luz acesa dormindo. Mas em vez de me recriminar, Jesus chama-me, naqueles Sinais, Testemunha e Profeta do Altíssimo!
E mais me enterneceu o meu indescritível Herói. Deus é verdadeiramente Amor. Está isto na Bíblia e toda a gente o prega. E mais uma vez me impressiona a nossa capacidade de destruir. Desta vez vejo-o na forma com esvaziámos as palavras. Se aquela palavra estivesse cheia do respectivo conteúdo, este mundo só poderia ser já de novo o Paraíso, uma Casa cheia de filhos felizes à volta do seu Pai. Mas do antigo Paraíso podemos dizer que já não resta um único vestígio, sem o risco de estarmos a pronunciar palavras falsas, ou vazias, desta vez. Manifestamente, Deus não é para nós, de modo nenhum, Amor.
Também eu, que preguei tantas vezes aquelas palavras, só agora, depois deste encontro com Jesus, passei a navegar em toda amplitude do seu assombroso Mistério. Porque pela primeira vez Deus Se me fez Homem habitando o mesmo mundo que eu, arrastando a mesma incapacidade que eu arrasto, tornado como eu insignificância, perante o mostrengo triturador da obra que fizemos. Por isso repito que só em Jesus pude reconhecer verdadeiramente que Deus é amor. Por causa da Sua Ternura concreta, no momento exacto. Isto é mais que vê-Lo suspenso na Cruz: aí todos O admiram como um Herói extraordinariamente corajoso e coerente. Mas é ainda possível Ele manter-Se-nos longe. Podemos ainda ver em Jesus um sonhador que morreu pelos Seus ideais. Apesar do concretismo e da força gritante daquela morte, Ele pode manter-Se-nos ainda abstracto, afastado no tempo. E muitos, de facto, mesmo entre aqueles que se dizem Seus discípulos, O vêem mais como um Homem que morreu por ideais e não por pessoas.
E assim Ele teria permanecido, mesmo na memória dos Apóstolos e seus seguidores, se não tivesse acontecido um outro Facto, verdadeiramente decisivo: a Descida do Espírito à nossa carne. Julgo mesmo que nem a Ressurreição teria provocado, por si só, o efeito do Pentecostes. Foi aqui, cinquenta dias depois da Ressurreição, que Jesus Se pôde tornar um Amigo concreto e íntimo de cada pessoa concreta. Sempre. Em qualquer lugar. Em qualquer tempo. Só quando, mercê da acção do Espírito, Jesus Se torna concreto e vivo no coração de cada um, é que é possível reconhecer Deus como Amor.
Mas outra vez tive receio de manter ainda Jesus abstracto, ao falar do coração. É que nós estamos habituados a considerar concreto só aquilo que vemos com os olhos, que agarramos com os sentidos. Mas eu estou falando mesmo de Jesus, presente em corpo. Em corpo físico mesmo. Vendo, abraçando, falando. Alguns podem mesmo ver-Lhe a cor dos olhos; a mim foi-me dado sentir-Lhe a vibração sensual de todo o corpo.
São 5:15!!
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