4/5/02 — 5:04
Sou agora rodeado do carinho de todo o Céu como Profeta. Há momentos em que pareço ser o centro das atenções de toda a Corte celeste. Momentos destes todos os hão-de ter, logo que o coração se centra em Jesus.
Jesus é o Centro para onde converge todo o movimento da terra e é também o Centro através de Quem todo o Céu se revela à terra. É, portanto, em Jesus que eu sinto por vezes estar todo o Céu concentrado em mim. E sinto que não se trata agora de um egocentrismo vaidoso e cego: quando encontramos Jesus, deixamos de ser cidadãos anónimos, por mais apagada que tenha sido a nossa vida no meio do fragor confuso da nossa Babel; sentimo-nos agora verdadeiramente amados pelo que somos, sem para isso termos que realizar qualquer obra que dê nas vistas do mundo. E sentimo-nos únicos, porventura pela primeira vez na nossa vida. Descobrimos isso um dia de repente e esta sensação de estarmos sendo centro de atenções intensifica-se de tal maneira, que chegamos a assustar-nos e por vezes o nosso coração fica suspenso, duvidoso, incrédulo. Não entendemos como pode uma insignificância destas despertar tamanho interesse em alguém. Estamos, já, portanto, contemplando a distância que separa o lugar onde nos encontrávamos das alturas a que fomos elevados no Coração de Deus. E conheceremos aqui, pela primeira vez, a Graça: toda a nossa grandeza é puro Dom do Céu.
Mas nunca nos sentiremos numa situação falsa, como se tivéssemos sido violentamente desapossados do que era nosso, para recebermos de Quem assim se interessou por nós uma personalidade postiça, artificial, conforme aos Seus gostos; sentimos, pelo contrário, que a nossa pequenez era devida justamente ao facto de este mundo ter esmagado a nossa natureza original, reduzindo-nos a uma peça insensível de uma monstruosa engrenagem sem coração para reparar em nós. A nossa conversão vai-nos recolocando no nosso lugar original e a pouco e pouco começamos a ter a visão da nossa genuína grandeza. Por fim compreenderemos porque com tamanha loucura nos ama Deus.
São muitos os caminhos para chegarmos aqui. Tantos quantas as pessoas cujo coração se converteu, isto é, se voltou para a sua Origem. Mas todos estes caminhos desembocarão necessariamente em Jesus. Enquanto Ele não se tornar o centro da nossa vida, não houve ainda uma conversão segura; pode, portanto, sempre o caminho iniciado sofrer desvios que levem a verdadeira Luz a apagar-se e o ardor puro do coração a degenerar. Se, por exemplo, a devoção a Maria não conduzir a Jesus, em breve tal devoção se tornará piegas e será factor de divisão na Igreja. Pode não ser Jesus a descoberta inicial do nosso coração. Mas depois de um caminho inicial, terá que ser Ele a descoberta decisiva. Porque é n’Ele que depois todos os Mistérios se nos abrem.
São 7:27!
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