14/5/02 — 5:19
Sei que não vou desistir, mas tenho outra vez medo de desistir. Sinto-me exausto. Aquilo que espero nunca mais chega e o Deserto queima-me todas as forças.
Dizer que não vou desistir é fácil. Mas eu repito-o agora, nesta situação difícil. Ajoelharei aqui todas as noites até ao fim da minha vida clamando ao Céu que não posso mais, mas esperando sempre, até cair, sem já ter força nos dedos para mover esta caneta.
Porque aquilo que espero sei que salva o mundo. É a única coisa que o pode salvar.
E tenho este Segredo aqui gravado. Mas, mais do que estar gravado aqui, nunca ele murchou sequer no meu coração; antes se tem tornado cada vez mais vivo e firme. O que às vezes desfalece são só as minhas forças. Mas se eu morrer antes de ter anunciado a todo o mundo, de viva voz, o meu Segredo, morrerei escrevendo que não pude falar. E a caneta na mão caída sobre a última página destes Diálogos ficará apontando a palavra Jesus. E, feita seta, tornar-se-á luminosa na noite. Tão luminosa, que também de dia se realçará, na própria luz do sol. E o milagre fará convergir todos os olhares para a palavra Jesus. E esta palavra tornar-se-á uma porta abrindo-se para todas as paisagens percorridas ao longo dos milhares de páginas destes Diálogos.
Verdadeiras multidões entrarão por esta Porta, porque terá chegado para a Humanidade o dia da entrada no Reino da Paz. Pode demorar muitos anos a ser descoberto o Tesouro que estas páginas contêm. Mas quando o for, fontes puras rebentarão por toda a terra, juntando-se num verdadeiro rio humano, engrossando sempre, imparável, até desaguar no oceano onde moram, impolutos, todos os sonhos bons da Humanidade. E a nossa Pátria natural havemos de a reconhecer mesmo aí, na Terra dos Sonhos. Tudo então se tornará possível, exactamente como nos sonhos. E descobriremos pela primeira vez o tamanho real e a força verdadeira do nosso Coração.
— Maria, podias, talvez, ter evitado que eu escrevesse aquelas palavras… Elas parecem tão fantasiosas…
— Não, já não serão tomadas por fantasia estas palavras quando as pessoas chegarem aqui na leitura desta Profecia; elas saberão que a sua natureza verdadeira são os sonhos que a revelam.
— Mas é tão difícil as pessoas crerem na realização dos seus sonhos… A Cidade tem-nos esmagado todos, um a um. Ela chega a tirar-nos o próprio tempo do sonho e a própria capacidade de sonhar.
— A Cidade abre brechas a todo o momento. Por elas sairão muitos à procura de ar puro. E quando esta passagem dos nossos Diálogos for lida, já um enorme rombo terá deixado escancaradas as entranhas da Cidade. E muitos, cansados e enojados do ar fétido da vistosa Masmorra, hão-de precipitar-se pela abertura gigantesca, num Êxodo sem precedentes em toda a História!
São 7:34!
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