11/5/02 — 5:03
Se esta minha dor de viver continuamente no Deserto curar o mundo da Apostasia, então bendita dor. Que seja assim até ao termo da minha vida!
Porque vale a pena todo o sacrifício para encher a terra de Deus. Eu sei da felicidade que seria para os corações, se o reino de Satanás desaparecesse daqui. Toda a vida andei à procura da Causa das causas, da Origem das origens. Nunca nenhum homem nem nenhuma doutrina me fez fixar em lado nenhum. Fui sempre um caminhante, à procura de um misterioso, longínquo Lugar, donde jorrasse a Água pura de que eu e toda a terra temos sede. Porque nunca vi ninguém ficar saciado com as águas que temos bebido, antes mais e mais nos parecem envenenar todo o corpo e provocar a morte de todas as células, uma a uma. Acreditei, como toda a gente, em que o Desenvolvimento, o Progresso, enfim, a Civilização, acabasse por ultrapassar as sucessivas frustrações que a História regista. Mas esta minha Fé acabou por esbarrar numa dramática descoberta: é justamente a Civilização a causa de toda a nossa Dor! E a causa da Civilização sabia eu vagamente que era o Pecado. Mas estava ainda longe de ter entrado na verdadeira natureza e dimensão do Pecado. O reconhecimento de que ele consiste na tentativa de eliminar Deus, construindo um mundo alternativo à Criação, levou-me à visão da Apostasia.
Costumamos chamar apóstata àquele que já foi praticante fervoroso de actividades religiosas e depois as abandonou, aquele que foi dedicado na Fé e depois deixou de crer. Mas Jesus alterou-me e alargou-me esta visão: todos nós já nascemos com o vírus da Apostasia inoculado no nosso corpo. Herdámo-lo dos nossos pais-criaturas Adão e Eva: eles foram os primeiros apóstatas. Mas trazemos todos também no nosso coração a memória inapagável da Harmonia cósmica, onde originariamente fomos sonhados e onde chegámos a viver, numa solidariedade genética com os nossos primeiros progenitores, antes do Pecado. Seria possível eliminar o vírus maléfico, se quiséssemos recolocar-nos na Harmonia original. Mas nós fomos tentados através dos tempos a desenvolver aquele Vírus, entusiasmados com a ilusão de força que ele nos dava. E foi assim que passámos a desenvolver a nossa obra, fazendo sobrepor a energia negativa do Vírus às forças saudáveis da Harmonia. Foi assim o mundo afastando-se da sua Origem até à orgia actual do Progresso, até que a Civilização se estabeleceu, de facto, sobre toda a terra, sugando todas as atenções, direccionando todos os passos, distorcendo, anestesiando e às vezes quase destruindo completamente na nossa memória a recordação da nossa Origem. Agora já não procuramos soluções fora da nossa própria Obra. E quando nos lembramos de Deus, também já Ele está distorcido e desfigurado dentro de nós, transformado em nosso servo. Esta é a verdadeira natureza e dimensão da Apostasia.
São 7:24!
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