Uma das tácticas mais retintamente diabólicas é esta: uma vez que não
consegue silenciar completamente a Voz de Deus, faz justamente o contrário: espalha
a Palavra de Deus em doses industriais, até cansar as pessoas de ouvirem estas
palavras, até as banalizar completamente. É preciso, pois, ter uma Fé tão ingénua,
que faça reviver todas as palavras silenciadas.
28/9/96 – 2:22
A imagem dos
algarismos brilha de forma especialmente intensa, mas eu não tenho para ela uma
interpretação definida. Apenas me fala, com invulgar insistência, em dar
testemunho. Tenho, pois, à minha frente, vários caminhos por onde poderei
avançar, mas Jesus tem um deles especialmente destinado a mim neste momento, o
mais perfeito de todos, porque não há acaso e até o palpitar da mais pequenina
célula do meu corpo o Espírito de Jesus e de Seu Pai tem sob o Seu controle. Se
me mantiver nesta tentativa de captar o desejo do meu Mestre, eu vou fatalmente
seguir o caminho que Ele já escolheu. Devo, para isso, seguir sempre o que o
meu coração em cada momento está sentindo. Neste caso, por exemplo, sinto agora
vontade de avançar dialogando.
– Mestre, Tu sabes
do meu desejo de executar os Teus Desejos até ao mais ínfimo pormenor. Se eu Te
pedir que me dês essa graça agora, Tu dás-ma, não dás?
– A graça de Me
executares os Desejos com absoluta perfeição?
– Sim. Olha: é
esse, neste momento, o meu mais intenso desejo, como Tu bem sabes.
– E agora, que
estás sentindo?
– Uma perturbação
muito grande: não sei como hei-de continuar este diálogo.
– Porquê?
– Porque várias
coisas se entrecruzam no meu espírito ao mesmo tempo e não sei qual escolha.
– E agora, que
sentes?
– Que não Te
ouço.
– Então onde
foste buscar aquela pergunta que puseste na Minha boca?
– A Ti.
– Como a Mim, se
não Me ouves?
– Vês? Nova
perturbação: não sei que resposta Te hei-de dar.
– Mas tinhas
acabado de escrever uma pergunta Minha.
Como a escreveste, se não Me ouviste?
– Não sei. A
verdade é que eu acabo de escrever uma outra pergunta Tua!
– Ah, Salomão,
Minha querida Testemunha, confia no ouvido da tua Fé! Ele é mais seguro do que
a visão mística, do que a própria audição interior!
– Acredito, se Tu
o dizes. Mas podem não acreditar as outras pessoas e…
– E precisamos de
as ajudar a acreditar, Meu querido Profeta. Isso: com maiúscula!
– Queres que dê
testemunho do que me levou a escrever o que escrevi, não queres?
– Sim. É bom que
todos aprendam a ouvir-Me.
– Tu pediste-me
que escrevesse Profeta com maiúscula através de um grande entusiasmo Teu dentro
de mim e de uma terna alegria que me levou a escrever também “querido”. Logo o
Teu Espírito veio pôr o selo de autenticidade nesta forma de ouvir, suspirando
em mim!
– Continua,
continua a revelar o que estás sentindo, Meu amor.
– Eu ia falar da
coisa mais bela que acabas de me mostrar, mas senti nova perturbação em mim ao
escrever “Meu amor”.
– Porquê?
– Não sei bem…
Pareceu-me uma expressão corriqueira… Tenho medo de banalizar o Amor, que és Tu.
– Aquela
expressão não a usais vós todos em momentos da mais profunda e pura afeição?
– Usamos. Mas
está muito banalizada.
– E qual é a
palavra humana que não está banalizada? Procura-Me uma e mostra-Ma.
– É verdade! Não
encontro nenhuma que não esteja banalizada. Nós banalizámos tudo, até o que há
de mais alto e mais profundo e mais puro!
– Então que
palavras queres Tu que eu use?
– É verdade,
Mestre! Ao usares a nossas palavras, estás sempre correndo o risco de seres
banalizado com elas!
– Mas como vos
poderia amar até ao fim, se Me não misturasse assim convosco?
– Hás-de vencer,
Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus! Hás-de vencer! Porque ficou assim escrito na
Tua Cruz.
– Olha: então
qual é a coisa mais bela que Eu te mostrei esta noite?
– Tu ensinaste-me
dando, afinal, com a Tua inconfundível Mão de Mestre, a interpretação que
desejavas dar àqueles Sinais do início: eu fui Tua fiel Testemunha!
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