Temos feito tudo para desincarnar Deus: fizemos-Lhe estátuas em cima de
pedestais muito altos, fizemos d’Ele uma Doutrina, reduzimo-Lo a personagem
histórica imobilizada lá atrás há vinte séculos e até da Sua Cruz fizemos uma
obra de arte nossa. Este Deus, porém, chama-se Jesus, um nome judeu vulgar e
assim mesmo, como um homem em tudo igual a nós, nunca mais desincarnou.
14/9/96 – 4:22
Por estes Sinais
Jesus volta a insistir: É agora! Vamos divulgar esta Mensagem! Serás Minha
Testemunha até aos confins da terra! E através do suspiro, que apareceu no
preciso instante em que acabava de escrever a exclamação anterior, o Verbo
omnipotente e meu Mestre confirmava aquela Sua profecia.
Não tenho mérito
nenhum no que faço. Às vezes penso que o Senhor me há-de recompensar por este
tão longo tempo de vigia e trabalho em condições duras, às vezes violentas. Mas
ambas as coisas, obra e recompensa, as sinto por igual como Dons de Deus. Então
enterneço-me com este meu Companheiro esbanjador: não tendo eu mérito nenhum,
porque me dá tanto? Não há “tanto” – responde-me Ele. É tão amoroso o Mestre
quando me deixa beber o bagacito, como quando me faz Sua Testemunha até aos
confins da terra! É que nada do que faz é coisa vil ou inferior a outra; é tão
fácil para Ele fazer a coisa grande como a coisa pequena e uma e outra Lhe saem
perfeitas das Mãos omnipotentes.
O meu Companheiro, gentes, Este mesmo que aqui
caminha comigo no Deserto, tão ressequido de corpo e alma como eu, levando às
costas um peso muito maior que o meu, gentes, este meu Amigo é Deus! Parece-me
até que tem dúvidas, às vezes, como eu: como irão os homens receber esta
Mensagem? Tem até sonhos tensos e apreensões como eu, tão homem e companheiro
Ele Se fez para mim. Por isso precisa também de ter Fé. Um momento, senhores
doutores, não me condenem já. Jesus precisa de ter Fé agora, como em vários momentos,
há dois mil anos, mas sobretudo – lembram-se? – quando suava sangue no
Getsémani, quando era achincalhado no pretório de Pilatos, quando gritou, na
Sua agonia, que Se sentia abandonado por Deus Seu Pai. O Verbo está de novo
aqui, está sempre aqui, incarnado nas minhas dúvidas e nos meus sonhos tensos,
porque Se fez homem e vai comigo, neste Deserto. Mas é assim que Ele é, em
verdade, Deus! Talvez não vos saiba explicar, senhores doutores, mas sei que a
Incarnação do nosso Deus é para ser tomada a sério: Ele não andou e não anda
aqui a fingir que é homem. Ele é homem mesmo, assim com minúscula, em tudo
igual a mim. Tem dúvidas e Fé como eu. Apenas é inocente, mas nem sequer isso
se Lhe vê muito bem com os olhos da cara, Ele tem atitudes estranhas, violentas
às vezes, Ele é tudo menos um homem bem comportadinho.
Mas é Deus! Não
sei onde nem como se Lhe vê isso e no entanto vê-se. Vê-se muito bem. Tem a
segurança de Deus, a ternura de Deus, o poder de Deus! Acho que é amando-O que
isto se vê.
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