É
conhecida a nossa tendência para negociar - dar para receber. Com Deus não fazemos excepção: muitas vezes aquilo
que chamamos fé não passa de negócio com Deus. Mas, como sabemos, “Deus é
Amor”. Ele dá sem cálculo nem medida, só porque muito nos ama; a nossa atitude
para com Ele só é pura se for igual. Negócio connosco é que Deus nunca faz.
Ainda porque nos ama…
5/9/96 – 9:30
Não tenho, neste
momento, nada que me leve a escrever. Nem sequer vontade de escrever. Escrevo
apenas porque o Senhor me diz muitas vezes através da Vassula: ”Não te canses
de escrever”. E sinto o que Jesus diz à Vassula como dito directamente a mim também,
tal é o paralelismo que sempre vi entre o meu chamamento e o dela. Acabo de ler
o que nestes Escritos ficou registado em 21/9/95 quando penosamente desselava o
Livro de Daniel, com tanta dor e tremor, que ousei pedir a Jesus um Sinal
concreto da Sua Presença. O Sinal veio: a caneta rodava efectivamente sobre si
própria com uma força irresistível, indiferente à máxima pressão que os meus
dedos faziam para a segurar. Mas o que hoje me enternece no meu Mestre é o
facto de Ele me ter conduzido agora a este texto, na sequência do que ontem
escrevi sobre o fenómeno inicial que me levou ao registo destes textos: Ele
quer assim ligar os dois momentos num só, para me dizer que o mesmo Dom do
início permanecerá, até que o Seu Plano esteja de todo executado.
Por isso eu
escrevo sempre, mesmo que só o vazio eu tenha para registar. E o vazio, desta
vez, é de todo o Céu: foi-se-me o Encanto da nossa Mãe do Céu, afigura-se-me
muito distante, no Alto, o nosso Pai, e o Espírito, o Grande Precursor de Jesus
em mim, no início, parece agora estar trabalhando a minha alma e o meu corpo em
absoluto silêncio, como se estivesse a fazer um trabalho de extrema delicadeza,
que lhe exigisse concentração máxima. Só Jesus O sinto agora presente e mesmo
Ele de forma muito débil e fugidia. No entanto, se eu deixasse, em alturas como
esta, de escrever, o Demónio cantaria vitória!
É justamente
nestes momentos, meus irmãos todos da terra que de coração tenso buscais o
Senhor, que mais nos devemos amarrar ao
Céu; se nestas alturas desistimos, não estamos a amar o nosso Deus – estamos a
negociar com Ele a nossa vontade. Não exijais nenhuma recompensa do vosso
Criador: Ele está recriando-nos segundo o Seu Plano, de antemão preparado para
cada um de nós, antes que fôssemos concebidos no ventre da nossa mãe. Só Ele
sabe, portanto, o tempo de caminhar e o tempo de descanso que nos faz falta, os
troços de deserto e os oásis ou encontros felizes que as capacidades de cada um
em cada momento comportam. Por isso tanto a mágoa como a felicidade Lhe devemos
agradecer: a mágoa, porque nos dá sede; a felicidade, porque nos mata a sede. E
uma e outra nos alargam as paredes do coração.
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