A partir do texto 1200 até aqui, as mensagens foram retiradas do sétimo volume destes “Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo”.
A mensagem seguinte contempla, à distância de dois anos, o que aconteceu
no preciso início desta longa Profecia - e que dura até hoje. Mesmo que pareça tratar-se
de uma reflexão minha, o que a seguir vão ler é ainda uma revelação do próprio Deus.
4/9/96 – 10:36
Justamente quando
digo que tudo está esgotado, há um impulso novo para escrever. E reparo neste
momento que faz hoje dois anos que escrevi o primeiro texto, impelido por uma
força estranha, irresistível. É um texto não só despido de qualquer cuidado estético,
mas até de qualquer cuidado verbal ou doutrinal, de qualquer plano, de qualquer
lógica. Parece que a única coisa importante ali era escrever, fosse lá o que
fosse: não era ainda o conteúdo que
interessava. E interrogo-me agora: porque interrompeu a minha mão,
abruptamente, o texto e se pôs a fazer traços por cima dele, como que
inutilizando-o? E dá-me Jesus agora a resposta: era necessário que a minha mão
estivesse inteiramente à mercê da Mão de Deus para fazer e desfazer; os traços
significam, no total “desrespeito” por aquilo que ficara escrito, pelo meu
habitual cuidado estético, por tudo o que era meu como homem certinho e
professor de Português, que ali nada era meu, mas da Força nova que escrevia! E
Deus passava assim a tomar conta da minha mão, não porque me tivesse forçado de
qualquer forma, mas em resposta a um pedido meu: “Escreve, meu Deus!” –
começava eu. E foi como se todo o fenómeno subsequente me tivesse respondido:
Então vais deixar de escrever tu. De facto, não só há neste texto o testemunho
da total entrega das minhas faculdades a Deus, conforme mostra também o
conteúdo, mas, até que eu me convencesse de que Deus tomara inteiramente a
sério o que eu Lhe pedira, todas as características da minha escrita foram
sistematicamente eliminadas: a típica linha impecavelmente horizontal,
fazendo-me escrever incrivelmente torto, oblíquo; a minha típica caligrafia,
revirando-me a caneta para posições várias; o meu escrupuloso cuidado formal,
semântico e estético na redacção, não me dando sequer tempo para preocupações
desse género, por causa do fluxo torrencial da Sua Voz. Quando viu que eu me
convencera da Sua intenção e do Seu projecto em mim, fez cessar tudo isto de
repente. Sucedeu ao quinto texto, o do dia 11/9/94. Está aí escrito assim: “Acabou.
Acabou a pressão. A caneta está abandonada ao sabor da minha mão. Esta
caligrafia é a minha caligrafia normal”. E enterneço-me agora com o que está
escrito logo a seguir: “Estou frio. Estou a ficar vazio. Deixado ao sabor de
mim próprio não presto. Não tenho poder. Sou nada. Nada mesmo”. Isto é, depois
de Se assegurar de que eu entendera a Sua Vontade, Jesus passou a escrever
sobre a minha absoluta nulidade, como garantia de autenticidade da Sua Voz.
Querido Deus! –
suspiro eu hoje, de coração abismado e agradecido. Quanta dor e quanta
felicidade passaram por mim, desde estes dias! E reconheço agora que me vem a
dor e a felicidade da mesma fonte: justamente do facto de Jesus ter cessado em
mim os fenómenos extraordinários e Se ter servido de mim tal como me encontro
em cada momento, sujeito aos condicionalismos todos de uma existência normal.
Isto é, Jesus escreve apenas servindo-Se da minha Fé. Dela vêm todas as minhas
dúvidas, mas também as mais espectaculares surpresas do nosso inesgotável
Criador e Libertador. Sofro porque não vejo. Mas precisamente porque não vejo
não podem ser minhas as afirmações e as paisagens todas que aqui ficam
assinaladas: quanto mais cega é a minha Fé, maior é a Luz que revela.
Este próprio
texto é testemunha desta Fé que me move: nenhum plano, nenhum tema estava
dentro de mim ao iniciá-lo. O que, por fim, ficou escrito era, talvez, a última
coisa que me teria ocorrido como assunto. Nitidamente Jesus quis celebrar o
Acontecimento que desencadeou a escrita destas páginas.
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