Conhecemo-los todos muito bem. Padres, pastores, bispos atarefados,
ocupadíssimos em frenéticas actividades “pastorais” de vária ordem. Tudo em
prol do Reino de Deus, é claro. Como olhará Jesus para estes responsáveis pelo Seu
Rebanho?
9/8/96 – 0:08 – Rossão
– Custou-me tanto levantar a esta hora,
Mestre!… Quem queres Tu curar com este meu pequeno sacrifício?
– Aqueles que nunca acordam e nunca se
levantam.
– E são muitos, esses, os que não saem do
sítio?
– Não te recordas já de quando pertencias a
essa multidão?
– Eu sempre fui Teu amigo… Julguei até que
nunca tinha pertencido à multidão dos que nem sequer Te olham quando passas…
– Quantas vezes passei por ti, carregado com
as dores todas do mundo e tu nem Me olhavas, inteiramente absorvido no grande
projecto da Cidade!…
– Eu pensava que estava a trabalhar para Ti!
– Também a Marta pensava que estava a
trabalhar para Mim, lembras-te?
– Creio que há muitos assim, Mestre. Porque
não lhes tocas o coração de forma mais sensível, como me fizeste a mim?
– Toco, toco, de muitas maneiras, mas eles
não Me prestam atenção.
– Estou-me a lembrar daqueles padres que
constroem grandes igrejas e grandes centros sociais… Muitos julgam que estão a
trabalhar para Ti, Jesus.
– Como, se passo carregado com a Minha Cruz
e nem para mim olham?
– Porque lhes não chamas a atenção de forma
mais violenta? No fundo eles querem servir-Te.
– Quererão? Como é possível que Me queiram
servir, se Me vêem passar neste estado e continuam fazendo obras de pedra sem Me olharem?
– Porque não lhes chamas a atenção de forma
mais violenta?
– Mais violenta ainda? Diz-me que mais
violenta forma de chamar a atenção Eu posso arranjar, do que passar por eles
ensanguentado, com uma coroa de espinhos na cabeça e com uma cruz às costas.
– Eles dizem que aquelas construções são
para aliviar a Tua dor…
– Meu amigo do Deserto, não estás vendo já o
sarcasmo da sua atitude? Não é mais cruel ainda o desprezo quando, em vez de
virem ao menos à beira do caminho mostrar-Me que estão com a Minha Dor, Me
viram costas e continuam a fazer obras de pedra?
– O que é amar-Te, Jesus?
– É só vir para a beira do caminho por onde
estou passando e desejar por um momento ir ali, no Meu lugar.
– Desejar, apenas?
– Atendendo ao peso da Minha Cruz, desejar
levá-la é já levá-la em toda a medida da vossa capacidade.
– E as igrejas, os centros sociais, que lhes
fazemos, Jesus?
– Dai à Cidade o que é da Cidade. Vós,
porém, os Meus amigos, vinde saber porque vou e para onde vou assim com este
Meu Sangue, com esta Minha Coroa e com esta Minha Cruz.
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