Aos olhos da Razão, a Trindade em Deus é um absurdo: ou bem que é Um, ou
bem que é Três; se é Um não podem ser Três e se são Três não pode ser Um. Tão
lógico! Há até confissões cristãs que à partida se proclamam
“anti-trinitárias”. Mas nenhum Mistério é encaixável em nenhum raciocínio
lógico; podemos só tentar visualizar desajeitadamente o que a nossa Fé capta no
Silêncio do nosso coração.
3/8/96
– 11:41:27
Anuncia a Luz, Salomão! – assim,
exactamente, me fala esta imagem. E porque a Palavra de Deus é simultaneamente
facto, eu devo executá-la, escrevendo.
– Mas eu não sei o que escreva, Jesus! Não
faço a mínima ideia…Que Luz queres que leve, desta vez?
– Quantas “Luzes” há?
– Naquela imagem aparecem três “Luzes”!
– Três luzes numa sala que resultado dão?
– Uma luz só, mais intensa. A não ser…
– A não ser…?
– A não ser que sejam luzes de cores
diferentes: nessa altura conseguiremos ver três luzes.
– Se forem dirigidas e incidirem em sítios
diferentes, não?
– Acho que sim: se incidissem no mesmo
lugar, julgo que não seria possível distingui-las.
– Como interpretas então agora aquela
imagem?
– Quando há uma Presença específica de uma
das três Pessoas da Trindade Santa, nós conseguimos distingui-La pela Sua
“cor”.
– Que cor Me atribuis a Mim, o teu Mestre?
– Toda a variedade das cores da Natureza –
tão nosso Tu és!
– E a cor do Meu Espírito e do Espírito do
Meu Pai?
– Azul como o mar e como o céu – tão alto e
imenso e fundo Ele Se nos impõe como Presença! Mas não consigo evitar
escrevê-lo: vejo-O também com a cor do fogo – o que vem do céu e o que a terra
vomita das suas entranhas, pelos vulcões – tão omnipresente e robusto e
inexorável Ele Se revela aos nossos corações.
– E que cor atribuis então à Luz do Meu e
teu Pai do Céu?
– Ah, Jesus, não sei. Dizer que é branco
luminoso, é pouco, é mesmo nada. A cor da Luz do Pai é a cor do Infinito, que
não sei exprimir. É como a Essência e a Fonte de todas as cores! Que cor tem a
Segurança e a Paz, Jesus? Diz-mo, Tu que és o Príncipe da Paz.
– O
Pai é Segurança e Paz?
– É como se tudo quanto existe, cada uma das
criaturas que conhecemos e desconhecemos, fosse uma centelha da Sua Luz! Por
isso cada cor revela o Pai. Por isso quando embalsamamos uma borboleta ou
fazemos uma imitação de uma flor, ferimos e magoamos o nosso Pai do Céu.
Porque, fazendo assim, ferimos a Harmonia, que é Ele e não sei dizer que cor
tem. Como também não sei dizer qual é a cor da instabilidade, mas sinto-a como
uma ferida na essência da Cor.
– Eu te abençoo, Meu pequenino.
– Que coisas Tu me fazes escrever, Mestre!
Como na vigília, apetece-me perguntar-Te de novo: para que queres este diálogo?
– Para alimentar de Luz e Cor os corações
em que só vejo a cor da morte.
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