Redimir significa “recomprar”, isto é, “comprar de volta”. Foi isto que
Jesus fez: Ele veio comprar de volta o homem que Lhe tinha sido roubado, à
maneira de quem paga um resgate. Esta recompra já foi feita e sabemos a que
preço; só não saímos ainda da escravidão em que Satanás nos mantém porque
até hoje não quisemos. Basta, pois,
querermos, e todo o nosso sofrimento cessará. Por mais impossível que isto nos
pareça, é tempo agora de acreditar no que está escrito.
7/8/96
– 9:09
Tem-me o Senhor guiado por caminhos
inauditos apenas através de mudos Sinais, de subtis toques no coração, de uma
inaudível Voz que eu materializo em palavras. Às vezes quedo-me, suspenso no
silêncio, e no meu coração cresce um assombro agradecido: o Mestre tem sido
extremamente eficaz nos meios que escolheu para me guiar. O mais espectacular
foi, ultimamente, o aparecimento do Snupi. Já não tenho dúvidas: ele está sendo
um instrumento do Senhor. E a sua eficácia está nisto: o cão não pode ser
pervertido pelo Demónio, porque não é
dotado de livre arbítrio! Os animais são sempre e todos puros; são todos e
sempre expressão da Beleza e do Amor de Deus. E diz-me o coração que, se alguma
imperfeição neles se encontra, é porque, ao pecar contra Deus, o homem deixou
de poder ser o seu perfeito educador. É isto que significa “cultivar e guardar”
o Paraíso. De tal maneira sonhara Deus grandioso o homem, que lhe entregara o
poder de conduzir à perfeição a Sua própria Obra, para que o homem se pudesse
sentir participar no poder criador de Deus! Estava assim confiada ao homem a
tarefa de fazer desaparecer toda a mancha do caos de que a Criação vinha ainda
quente, como vem ainda embodegada de gorduras a criança ao nascer.
Mas o homem quis ser Deus. E a partir desse
momento o processo de aperfeiçoamento da Criação parou. É que Deus não altera
nenhuma das Suas decisões e aquilo que alguma vez decidiu vai inexoravelmente
cumprir-se. Ninguém substituirá o homem: tem que ser ele a levar à perfeição a
Natureza, a limpá-la de toda a mancha de desarmonia, a eliminar dela qualquer
vestígio do caos donde nascera. Até que em toda a Criação não haja nenhum
momento de desequilíbrio, nenhuma réstea de dor. Até que a criança possa
brincar sem o mínimo perigo junto à cova da víbora. Até que o leão coma palha
juntamente com o boi!
Por isso o Snupi progressivamente me
encanta. Ele sabe, de facto, coisas que eu não sei. Não lhe encontro, por
exemplo, a mínima mancha na afeição que me tem: é uma afeição sem reservas, que
me desculpa qualquer bruteza ou deficiência, que me obedece com espantosa
docilidade, sem nunca perguntar para quê. Creio que, se eu fosse inocente, se a
minha afeição por ele fosse forte e pura como Deus a sonhou, eu levaria o Snupi
a comer erva e frutos, o alimento exclusivo que no Paraíso Deus destinou ao
homem e ao animal.
Todo o sofrimento tem que desaparecer da
face da terra, gentes! Deus sonhou tudo perfeito e o sofrimento é sempre
imperfeição. Por isso, porque aquilo que Deus sonha fatalmente se cumpre,
foi-nos dado um Redentor definitivo e omnipotente. E a forma como Ele nos
resgatou ali está, alevantada sobre a colina, com espectacular clareza: Jesus
assumiu no Seu Corpo e no Seu Espírito todo o sofrimento da Criação – o que
restava do Caos e o que o homem fabricou, o grande, o verdadeiro sofrimento.
Tarefa monstra, a de Jesus! Mas foi realizada até ao fim, até às portas do
Inferno, até ao fundo do próprio Abismo! Todo o sofrimento vai desaparecer,
gentes, porque o nosso Redentor é omnipotente e nada mais d’Ele pode vir, senão
o Amor!
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