A
Razão, com a sua obsessão pelo equilíbrio, o que produziu até hoje foi o
conflito, a divisão, a dor. A Paz, a verdadeira, a de Jesus, é à espada que se
constrói - foi Ele mesmo que o disse. É preciso,
pois, termos um coração muito vivo e forte, porque é a ele que pertence
aguentar a guerra necessária para chegar à Paz.
24/3/96
– 17:03
O fundamento da Paz está no Coração da
Trindade Santíssima! – assim tal e qual me dizem estes algarismos, em resposta
a um pedido meu para que me fosse confirmado tudo quanto escrevi. Mas eu estava
desejando mais: que esta confirmação me fosse dada pela própria Escritura.
Tremo sempre ao fazer este pedido ao Mestre, porque tenho medo de estar agindo
por pura curiosidade ou de O estar a pôr à prova. Mas Ele sabe que nem uma
coisa nem outra eu suportaria, se dela estivesse certo. Por isso me atrevo a
pedir-Lhe coisas destas, não só por mim, mas por todos aqueles meus irmãos que,
nada vendo, O procuram de coração sincero, para que também a sua Fé seja
ajudada e assim se fortaleça. É já, por isso, com muita tranquilidade que
insisto neste meu pedido.
– Mestre bom, em Quem eu ponho a minha
confiança cega porque nunca me enganaste, confirma-nos o Teu Ensinamento sobre
o Coração e sobre a Unidade através da Escritura, porque é lá que se encontra a
Referência Universal em todos os nossos tortuosos caminhos, é lá que se
encontra a Tua Voz incorrupta e incorruptível, já que o Teu Pai A tem guardada
nessa invulnerável Arca que se chama Israel, ou Igreja, ou Povo Santo de Deus.
Não me leves a mal o que Te peço: é que me sinto pura miséria escrevendo e por
isso me vacila a alma perante a grandeza do Teu Dom. Isto é, eu tenho sempre
medo de não deixar expressa a Tua exacta Vontade, o Teu inteiro Desejo. Estou-me
contradizendo, eu sei: afinal não confio emTi às cegas. Mas por isso mesmo: não
consigo abstrair da fragilidade da minha carne. Numa palavra: não consigo
absolutamente nada sem Ti. Vem, então, meu Senhor, a esta minha frieza de hoje
e recebe esta prova da minha total entrega à Tua Vontade: eu aceitarei, feliz,
toda a Palavra que me trouxeres, mesmo que ela em nada corresponda ao pedido
que Te fiz. Fala, Jesus.
– Meu frágil irmão, como gosto de ti! Uma
vez que por Mim te fizeste cego, Eu hei-de levar-te a contemplar a pura Luz da
Trindade Santíssima, donde brota o Amor.
– Escrevi no meio de total frieza estas Tuas
palavras, Mestre. Por isso Te dou também esta frieza, para que dela faças rocha
do Sinai onde escrevas, de forma indelével, a Memória do Teu Mandamento para o
Tempo Novo que nos vens trazer.
– Lê então Mateus cinco, nove.
– Tu sabes, Mestre, como me vacila o
coração, mas faz da minha insegurança raio fatal gravando nos corações daqueles
que Te procuram a Palavra que me indicaste. Ei-la:
Mt 5, 9
“Bem-aventurados os pacíficos, porque serão
chamados filhos de Deus”
Se de
repente me retirasses esta frieza do coração, eu punha-me em cima desta mesa,
aqui nesta esplanada, e havia de contar aos presentes, aos transeuntes, entre
lágrimas de alegria, o acontecimento que agora mesmo realizaste no meu coração.
Havia de lhes dizer que é como se de repente nascesse uma floresta onde está
este centro comercial!
– Foi mais do que isso, o que fiz já no teu
coração.
– Pois foi, Mestre. Talvez o melhor seja
mesmo estar calado, porque provavelmente toda a palavra que dissesse, em vez de
proclamar, encobriria a Maravilha que em mim operaste, estás operando desde
toda a eternidade.
– Já não falta nada para que as Maravilhas
do Pai se revelem sobre as mesas, sobre os telhados, sobre as nuvens.
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