Foi à despedida dos nossos olhos carnais que Jesus nos deixou as bem
conhecidas palavras: Pai, que todos sejam Um. E logo a seguir avançou para a
morte que conhecemos. Mas, a não ser nos primeiríssimos tempos, nunca a Sua
própria Igreja foi “um só coração e uma só alma”. A mensagem seguinte tenta
mostrar porquê.
13/11/95 – 8:42:18
Acabo de
abrir “ao calha” o livro que tenho à frente, e ouço isto: “Cada esforço, cada
passo em frente, feito pela União, é três vezes abençoado: pelo Pai, por Mim
mesmo e pelo Espírito Santo(…). Não há ninguém que tenha rezado, se tenha
sacrificado e tenha jejuado por causa do Reino de Deus, que não tenha sido
ouvido, ou a quem se não tenha dado cem vezes mais, no tempo presente e no
mundo futuro e que não tenha igualmente herdado a Vida Eterna”.
E anda dentro de mim esta associação nova,
trazida pela Senhora: a União realiza-se através do Dom da Cruz. Mas a Cruz não
aconteceu há dois mil anos; a Cruz tem que estar continuamente levantada no
Gólgota, com Jesus nela, sangrando, coroado de espinhos, agonizando no meio da
Dor. Nada em Jesus foi. Ele permanece
vivo em tudo o que disse e fez: Ele diz
e faz em cada momento da História.
Ele é o Verbo sempre vivo e activo. Continuam hoje três cruzes no
Gólgota, porque a Dor da Humanidade não desapareceu – antes se intensificou. É
preciso que olhemos de novo e sempre a nossa Dor ali sobre o monte: a de Jesus
em todo o inocente que como Ele a oferece ao Pai, a do bom ladrão em todo aquele
que nela descobre a porta do regresso ao paraíso, a do mau ladrão em todo
aquele que a não aceita, que dela culpa todos os outros, excepto a si próprio,
que a carrega porque não há remédio, praguejando contra o Céu e contra os seus
semelhantes transformados todos em inimigos. É esta última a mais horrível das
dores, porque é só um rio de fel queimando tudo quanto é natureza e dividindo o
próprio coração de todos os outros corações. A outra Dor, aquela que
franqueia a porta que dá para a vereda
de retorno ao Paraíso e aquela que a está já percorrendo forma um rio de sangue
quente e vivo que por onde passa cura, ressuscita e une num só corpo a
Humanidade, a partir do Coração de Deus pulsando, vigoroso, sem descanso, esta
Linfa da Vida que alastra…
Não, meus amigos teólogos, a Unidade não
será nunca conseguida por vós sentados em cadeirões discutindo pontos de
doutrina. Vinde todos beber da Linfa deste Rio, vinde trazer o vosso coração
para ser curado do vosso pecado da insensibilidade e da soberba e da traição ao
vosso Mestre, de cuja cadeira O espoliastes em vosso proveito. Deixai os
cadeirões e os livros. Não façais mais conferências para gente selecta, dizei
aos vossos alunos na universidade que estais pondo em causa tudo o que lhes
tendes ensinado. Se virdes a universidade começar a ceder, a abrir brechas, a
ruir, faculdade após faculdade, departamento após departamento, e se perante
este espectáculo o vosso coração se alegrar, contra todo o bom senso e toda a
lógica, isso será um Sinal de que o Mestre estará regressando à Sua Cátedra e
de que a Disciplina estará sendo de novo restabelecida e ensinada. Então
ver-vos-eis no meio da multidão ouvindo, encantados, da boca do Mestre, a
Absoluta Novidade, que nunca tínheis visto nos vossos antigos livros, e vereis
o ignorante ao vosso lado, de sorriso rasgado, mais do que o vosso, sorvendo as
Palavras do Carpinteiro como quem tudo entende! Ah, quão longe terá ficado
então a universidade, feita pura ruína!
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