Uma das maiores provas para a minha fé foram,
sobretudo no início, as fases, às vezes bem longas, em que não sentia a Presença
do meu apaixonado Amigo Jesus. Mas Ele mesmo, por processos vários, insistentemente
me pedia que continuasse a escrever. Veja-se aqui o que, numa dessas situações,
me saía do bico da caneta.
10/11/95
– 10:45
Nos últimos dias escrever passou a
torturar-me: em vez de um avanço exaltante pelo Mistério de Deus, tornou-se um
peso que me força, me oprime e mais me seca. Escrevo muito devagar e o discurso
não me sai fluente. Mas a maior tortura vem-me de eu não ouvir o Céu e por isso
me parecer tudo o que escrevo como trabalho do meu próprio esforço apenas,
construção só minha. No entanto é obsessiva a presença do 4 e a Voz do Senhor
através da Vassula a dizer-me permanentemente que não me canse de escrever.
Então escrevo. E logo a voz da razão me objecta: E que sentido tem uma escrita
forçada, que Deus é este que assim tortura os Seus filhos? Boa pergunta, meus
senhores sábios e prudentes. Tão boa, que vos aconselho a fazerem-na ao próprio
Jesus quando O encontrardes no Jardim das Oliveiras suando sangue. Tenho a
impressão de que Ele vos dará uma corrida a vós e ao vosso discurso da razão e
da prudência, como se em vós falasse o próprio Satanás. Sei mesmo cá dentro que
não foi só no Getsémani que a vossa voz sensata chegou a Jesus: em vários
momentos da Sua vida Ele teve que vos despachar com a mesma expressão enérgica
e dolorida quando, à Sua queixa de que não tinha onde reclinar a cabeça vós Lhe
fostes com a vossa conversa melada e mole da prudência e da bondade de Deus.
Definitivamente, vós não sabeis nada das coisas do Pai, o vosso espírito é, de
cima abaixo, uma construção artificial, que o Pai não conhece. Mas se algum de
vós ficar escondido atrás de um qualquer rochedo espreitando o Mestre, vai
certamente ouvi-Lo gemer estas palavras: Estais a dormir? Nem uma hora
conseguistes vigiar Comigo? Pai, não é mesmo possível evitar tamanha dor? Não?
Não, Paizinho?
Sem comentários:
Enviar um comentário