Vai ganhando vulto, neste quinto volume dos
Diálogos, a revelação que Jesus lentamente me veio fazendo de Maria como Sua e
nossa Mãe. Também o Pai foi Jesus que m’O mostrou como Aquele que nos ama como nós
amamos os nossos filhos-crianças e nos empolga com a Sua autoridade e segurança.
Mas é desta vez à Mãe que Jesus confia a missão de me levar a conhecer melhor o Coração
do Pai.
25/10/95 – 3:25
– Mãezinha, ajuda-me a conhecer o Pai. Faz
com que depressa eu O passe a tratar com muita espontaneidade por Papá e Lhe
sinta a Ternura. Grava em mim a imagem deste Pai olhando docemente o botão da
flor que desponta pela manhã, acompanhando enternecido a azáfama da aranha
tecendo a sua teia, seguindo, atento, a formiguinha pequenina a arrastar para o
formigueiro o gigantesco pedacinho de comida, vigiando sereno o movimento de
cada átomo, o palpitar de cada célula no Universo inteiro. E para mais me
maravilhar desta Ternura, imprime no meu coração também aquela outra imagem do
Pai do Céu como Yahveh ordenando de Dedo estendido, fatal, a formação de uma
nova galáxia, nos confins do Espaço. Explica-me, Mãezinha, porque choro eu ao
vê-Lo no Seu Trono comandando as titânicas energias do Universo e não choro
ainda ao vê-Lo, com aquela enorme Mão andar ensinando a voar o passarinho
pequenino que mesmo agora saiu do ninho.
– Vês? Também choraste agora…
– Também, Mãe. Mas é o senti-Lo seguro,
terrível, forte, inexorável, comandando a portentosa máquina do Universo que me
abala todo e me faz rebentar em lágrimas. Sempre me impressionou muito o Poder
de Deus! Aquela segurança! Aquele Dedo infalível apontando e tudo surgindo
conforme a Sua Vontade, tudo Lhe obedecendo! Aquele Olhar fixando aos mundos as
suas órbitas com precisão milimétrica! Ah, sentir-me filho de um Pai assim
seguro, assim infalível, assim forte – porque é, Mãe? – abala-me todo cá por
dentro e sobem-me aos olhos em torrente as lágrimas! Não será pela Paz que
mantém, viva e melodiosa, no gigantesco Cosmos e que tanto contrasta com a
rebaldaria que criámos neste minúsculo grão que voga no espaço e que tantas
dores continuamente fabrica? Oh, Mãe! Diz alguma coisa. Porque é?
– Porque és pequenino e sabes-te pequenino…
– Às vezes esqueço-me…
– Eu vou estar junto de ti, para to lembrar.
– Isso, Mãe. Sê uma Presença muito viva e
sensível em mim, a partir de agora, cada vez mais. Eu sei que, Contigo aqui
dentro, toda a minha bruteza virará ternura e então sim, aprenderei a dizer
Papá e chorarei de ternura ao contemplar a Sua Ternura.
A Mãe só olha, de sorriso enternecido, perante
o palrar interminável do filho-criança. Ah, quando ficará pronta a criança, em
mim? Cirandar assim, por toda a casa, sair à rua sempre sob os olhares atentos
e enternecidos do Pai, da Mãe, coração preso a este círculo afectivo,
dependência total, segurança plena! Estou farto da Independência.
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