– Maria, como vou aguentar tamanha devastação? Não é Garabandal um outro momento importante da Tua descida à terra, a anunciar o Regresso do nosso Príncipe? Porque me não enches o coração com a Luz que aqui Contigo desceu? Não vês que estou quase desfalecido na subida a uma montanha de que nunca mais vejo sequer o cume?
– Tenta então apenas conversar Comigo daquilo que se passa dentro de ti. Por exemplo, diz o que te aconteceu ao acordar.
– Estava já presente um intenso prazer físico que também nem forças tenho para gozar e logo murchou.
– Recordas-te de Jesus te ter dado este prazer como um novo Sinal da Sua Presença?
– Sim, numa das maiores surpresas da minha conversão.
– E não sentiste que Ele te estava falando hoje, também por este meio, da Sua Presença eficaz?
– Sim, mas Tu sabes que as minhas sensações estão agora todas reduzidas a ramos secos, a folhas mortas…
– Mesmo assim, não desprezes nada do que em cada momento te é dado. Acredita na força omnipotente de cada momento, se o deixares assumir livremente no Tempo de Deus.
– Eu quero acreditar, sim, minha querida Irmã e Companheira tão fiel. Não sei com que mais forças possa acreditar.
– Isso é tudo. Continua esperando firme o Tempo de Deus, aceitando-o em cada momento com o que ele te trouxer. Nada tentes esconder ou abafar daquilo que em cada momento te acontece, ou apenas te cai no espírito, mesmo que te pareça impossível ou absurdo.
– Estás referindo-te àquele outro pensamento, ao acordar…?
– Sim, escreve-o.
– Ele apareceu-me em forma de apelo. Dizia assim: “Manda construir uma igreja naquele lugar”. Sei que se referia a Garabandal.
– E tu como reagiste?
– Tentei afastar aquela voz, que ainda agora não tenho a certeza que tivesse vindo do Céu: além de muito leve, ela pedia uma coisa impossível neste momento.
– Não estás habituado a que Jesus te arrebate para o território do Impossível?
– Sim, mas creio que nunca o fez desta maneira.
– Que maneira?
– Num clima assim desinteressado e frio. Parecia só um qualquer pensamento esvoaçante. Achei que, se Jesus me estivesse mesmo pedindo uma impossibilidade destas, o haveria de fazer num clima de intensa emoção. Ele haveria, de qualquer forma, de excitar todas as minhas capacidades e eu permaneci completamente frio.
– Não foi bem assim…
– Bem, eu não consegui esquecer aquelas palavras.
– Porquê?
– Julgo que foi pelo cuidado que eu tenho em não desprezar nem sequer uma hipótese, em mil, de determinada palavra poder ser de Jesus.
– E então? Já alguma Luz te clareou o entendimento?
– Devo confessar que a minha dúvida é ainda a mesma.
– Em que condições poderias corresponder ao pedido de Jesus, supondo que ele é autêntico?
– Quando eu estivesse investido da missão de Pedro… Ah, Maria, vê como tenho o coração!… Vejo tudo tão frágil, tão incerto, tão inseguro… Segura a minha Fé, querida Rainha da Paz!
– Sim, Eu dou-te a Paz do nosso Jesus. Não esqueças este diálogo. Lembra-te de que os momentos mais escuros do teu caminho são aqueles de que surgirá uma maior explosão de Luz!
São 5:48!!
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