17/1/02 – 1:02
Acordei com esta imagem bem realçada, infundindo no meu peito uma alegria especial, uma vez que ela me mostra inundado do Espírito e da Luz. Ao mesmo tempo detectei no meu corpo o avanço da febre. Uma necessidade biológica repentina obrigou-me a ir ao WC. Fui praticamente nu e aí notei, pelas tremuras do corpo, que a febre não deveria ser muito baixa. Voltei à cama, coloquei o termómetro digital, último grito da técnica…
A temperatura do corpo era 38:49 e o conjunto 49 foi-se tornando no mais claro pedido de Jesus para que não deixe de ter presente, por um momento sequer, o Nono Dia, aquele Dia bendito em que todas as doenças serão postas a nu até ao fundo da sua essência, para que se lhes veja a raiz perversa, origem de toda a Maldade e, assim desmascaradas, nuazinhas perante os olhos dos corações acordados, possam desaparecer naturalmente da face de toda a terra.
Esta foi a Luz com que o Espírito, ao ritmo alucinante da febre, obviamente, me começou a abrir o coração para o Mistério tenebroso da Iniquidade. Ao ritmo da febre. De facto, eu acordara, pela primeira vez, com os pés algo frios e sabia que isso podia fazer acelerar o calor doentio do corpo. Fui ver. E verifiquei que o calor tinha subido para 38:62 graus em pouco tempo. Novamente os algarismos me prenderam a atenção: 62 falou-me de uma raiva nítida do grande Hipócrita contra o meu testemunho, que havia subvertido os seus próprios meios, transformando-os em implacáveis fontes de Luz, pondo a nu, frente a frente, Verdade e Mentira.
Eu sabia que a febre avançaria sempre. Mas entretanto os pés, também inesperadamente, aqueceram. Deixei-me estar no quente, possuído de uma raiva latente ao Demónio, ansioso por me levantar e chapar com toda esta sua podridão escondida na brancura luminosa desta folha. Foi então que uma surpreendente revelação começou a alastrar, com crescente claridade, no meu espírito tenso pela febre, pela raiva, pela expectativa: veio ao meu coração, como um raio instantâneo que subitamente se tivesse desprendido das nuvens, a parábola do joio e do trigo. Há vários dias que a febre desaparece com o analgésico que tomo de noite, mas sempre volta ao anoitecer. Todos dizem que não passará sem um antibiótico. Ora antibiótico é anti-vida. É certo que pretende combater vidas daninhas no corpo. Mas sempre tive a sensação de que ele, arrancando as vidas daninhas, destrói igualmente os caules saudáveis da seara do nosso corpo. E Jesus falava-me com extrema clareza: deixa crescer, juntamente com a vida boa, a vida má!
Assim, continuo fazendo baixar apenas o calor do corpo com o respectivo antipirético, como se este fosse um meio de manter vivo trigo e joio, retardando apenas a maturação de toda a seara… Bebi então muita água e espalhei umas gotas na testa, para poder escrever tudo isto ao ritmo da febre.
São 3:36!!
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