O Deus de Israel teve desde
sempre uma característica que nenhum outro deus tinha: era impossível fazer d’Ele
uma imagem – Ele
era invisível. Quando, porém, este Deus-Yahveh incarnou, tornou-Se visível.
Podemos agora fazer imagens d’Ele. E fizemos, em quantidades industriais.
Imagens que rendem muito dinheiro, imagens que se tornam obras de arte, que
admiramos, que…adoramos. Temos assim Deus substituído por outros deuses, agora
fabricados por nós…
13/1/96
– –10:13:20
– Conduz-me então agora, Mestre, ao texto
que me indicaste anteontem, o do Livro do Deuteronómio. Quiseste que ele
permanecesse silencioso até agora, mexendo-me dentro, como num misterioso
útero. Não é agora o Teu tempo de ele nascer?
– E não te importas das dores do parto?
– Este não o pressinto muito doloroso.
– Cada parto é sempre uma surpresa… Qual foi
a primeira “contracção” que sentiste?
– Que estes Escritos podem ser o meu ídolo.
– O que é um ídolo?
– É uma “imagem do que quer que seja que há
no alto do céu, ou em baixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra”.
– E que te diz esta palavra gravada no
Deuteronómio, capítulo quinze, versículo oitavo?
– Diz-me o que ficou gravado a seguir, no
versículo nono…
– Quantos?
– Nono. Ah, Mestre! Não me digas que…
– Digo, sim. É esta a Mensagem do Nono Dia.
Escreve-A.
– “Só Eu, o Senhor, é que sou o teu Deus”!
– Perante esta Mensagem, não queres
exemplificar o que seja um ídolo?
– Um submarino: é a imagem de um peixe, que
está “nas águas debaixo da terra”. Um avião: é a imagem de uma ave que voa “no
alto do céu”. Um automóvel: é a imagem de um cavalo que corre “em baixo, sobre
a terra”. Um robot: é a imagem de um homem; é tentar fazer o que Tu fizeste; é
querer ser Deus.
– E estes Escritos, como podem ser um ídolo?
– São um ídolo se pretenderem ser imagem de
Ti próprio, Verbo de Deus, construída por mim.
– E como podem não ser imagem construída por
ti?
– Se só fizerem parte da Imagem de Deus que
eu sou, construída por ti.
– O Homem que o Pai sonhou e fez tinha a
faculdade de escrever?
– Não precisava: era perfeita Imagem tua,
Verbo do Pai, que dizia e tudo quanto dizia era feito. Escrever só é necessário
porque o Homem pecou. Escrever foi o processo que o Pai encontrou para manter no
homem decaído a recordação daquele Momento em que, à Tua Imagem, dizia um
desejo do seu coração e logo era feito. Só Tu podes escrever. Ninguém mais.
Todo aquele que pretender escrever, está fabricando um ídolo. Só a Tua Palavra
deve ser escrita e é a Ti só que pertence escrevê-La, da maneira e onde Te
aprouver: ou nas rochas do Sinai, ou nos pergaminhos da Escritura, ou nestas
folhas do nosso tempo. Também o tempo de escrever só Tu o conheces e
determinas.
– Tu quem és então, tu que tanto escreves?
– Não
sei se sou, mas queria muito ser: instrumento Teu apenas, escrevendo na nossa
carne a Palavra que perdemos e que és Tu.
– Este papel é carne vossa?
– É. Fruto da nossa carne decaída. Este
papel é um ídolo fabricado por nós.
– Então também este ídolo de papel terá que
desaparecer!?
– Terá. Tudo o que é obra das nossas mãos
terá que desaparecer.
– E onde escreverei depois?
– Nas rochas outra vez. Nas formigas. Nas
águias. Nas estrelas. No nosso coração… Esqueci os lírios do campo. Escreverás
nos lírios do campo também, meu Senhor.
– Eu abençoo o teu Sonho, Minha caneta de
carne, Meu amor!
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