Normalmente, no início, os Profetas procuram
alguém que lhes explique o fenómeno que está acontecendo neles. E Jesus aceita
e às vezes até recomenda este “director espiritual”. Mas em breve é o director
espiritual que fica baralhado e passa então Jesus a assumir, em exclusivo, a direção
do Seu Profeta.
É preciso sentir. Sentir como a mãe sente o feto crescendo no seu seio, como
sente a esperança e a ânsia de o dar à luz. No Reino de Deus o nosso saber
ocupa lugar, o lugar que pertence ao sentir. Sabem tudo os nossos sábios, como
sabiam, de cabo a rabo, toda a Escritura os fariseus e doutores da lei do tempo
de Jesus. Mas é que Jesus não é uma ideia, nem o que veio trazer foi uma
doutrina; Ele veio como Pão para ser comido. Ele veio para ser o nosso coração
e todo o nosso corpo, vivo de novo pelo pulsar do Seu Espírito em todas as
nossas veias e artérias e vasos capilares, até à célula que mais distante fica
do coração. Não, Jesus não se aprende, gentes; Jesus saboreia-se e come-se, até
que o nosso ser fique todo transformado n’Ele. Nada n’Ele é distante, nem frio,
nem morto; Ele é Vida só. De Jesus não quero saber nada; eu quero ser
Jesus! Não acrediteis, gentes, naqueles directores espirituais que dizem não
ser necessário o amor sensível: eles são falsos profetas! Na verdade, o que é
um amor não sensível? O que pode, isso sim, é o amor sensível não nos inundar
logo de início, ou depois, durante longos tempos. Mas é necessário. É a única
coisa necessária: Ele é o próprio Deus. Como querem então todos esses
anestesistas da consciências e de corações que Deus possa habitar em nós sem
ser sensível? Há, pois, que O procurar de forma sensível, sempre com o coração, como o veado no verão, sequioso,
anseia pelas torrentes das águas. Sempre pelo menos a nossa sede de Deus deve
ser sensível e quando o não for, deve ser com a última fibra sensível do nosso
ser que devemos tocar o Coração de Deus, para que nos dê sede de ter sede.
Recordo o “árido “ texto de anteontem, do Deuteronómio: mesmo “adaptando-Se” às
sucessivas fases de evolução do Seu Povo, Deus é sempre Sensibilidade só, quer
no ditar as Suas Leis, quer no exigir o seu cumprimento. Leia-se o que Ele
deixou escrito em relação aos mentirosos, àqueles que prestam falso testemunho:
“Não terás com eles piedade: vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão
por mão, pé por pé” (v.21)! Morrinhice, desleixo, permissividade, frieza, no
Seu Povo, é que não! Alta tensão, sempre!
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