Este diálogo com Jesus mostra bem como Ele está próximo de nós, como é
um Mestre tão nosso irmão!…
5/1/96 – 1:35
Nada encontro em mim que possa registar. Só
muito sono…
– Porque me acordaste, Mestre?
– Porque te amo muito.
– Então diz-me o que me queres, senão
adormeço.
– Que vigies um pouco Comigo.
– O que é vigiar Contigo?
– É não Me deixar só.
– E
que se faz enquanto se vigia?
– Ouvem-se, no silêncio, os corações.
– Como eu ouvi ontem o Teu?
– E Eu o teu.
– E que mais, Mestre? É só isto?
– Que tens feito em todas as vigílias?
– Ah! Tenho ouvido o Teu coração e registado
o que ouço.
– E quantas páginas escreveste?
– Mais de duas mil.
– Vigiar é só isso.
– Não é também estar atento ao Inimigo?
– E como vês o Inimigo?
– Ah! Com o coração. Só com o coração se vê
o Inimigo.
– E viste-o muitas vezes?
– Praticamente todas as noites.
– Que queria ele?
– Sempre a mesma coisa: impedir-me de Te
ouvir.
– E tem conseguido?
– Acho que não. Eu acabo por Te ouvir. Creio
que tudo o que escrevi veio do Teu Coração. Mas o que ele tenta! Os obstáculos
que levanta! Os processos que usa!
– Entendes agora porque é preciso vigiar?
– Ah! Agora entendo, sim! É facílimo
cair-lhe nas malhas não vigiando! Ah, Mestre, Tu és um espectáculo! Como é que
eu não tinha ainda entendido isto? Quer dizer que é por as pessoas não vigiarem
que ele domina o mundo!
– Eu avisei:”Vigiai e orai, para não cairdes
em tentação”
– Pois, Mestre! Como é possível sabermos de
cor as Tuas Palavras e não Te ouvirmos? E esta outra: “Importa rezar sempre,
sem nunca parar”. Rezar é vigiar, não é?
– E vigiar é já rezar.
– Olha, Mestre: vigiar não é também estar
atento às Tuas Ordens?
– É. Vós às Minhas e Eu às vossas.
– Como? Tu cumpres ordens nossas?
– No Meu Reino não há ordens; há só desejos
que se manifestam. Todos os vossos desejos Eu os cumpro
– Todos?
– Todos os que Me apresentais. Só não os
cumpro muitas vezes da maneira que esperais, porque não é a melhor.
– Ah, se conhecêssemos o nosso Deus! Se O
soubéssemos assim atento a todos os nossos desejos, como Tu acabas de dizer…
– Há muito tempo já vo-lo disse. Desde
sempre o sabeis.
– Cá está: sabemos, mas nunca o ouvimos.
– Porquê, Salomão, porquê?
– Porque não estamos vigilantes Contigo. Mas
diz-me ainda uma outra coisa, Mestre: é também vigiando que se descobre a nossa
vocação, não é?
– Só pode ser, não?
– Pois! É óbvio! Vocação é chamamento; como
poderemos ouvir o Teu chamamento, se não estivermos vigilantes?
– Ah, se ouvísseis a Voz do vosso Deus!
– Se todos a ouvirem como eu ouço… Porque me
não curas de vez este ouvido?
– Porque preciso de curar muitos ouvidos…
– Mantendo o meu neste estado?
– O teu ouvido é o da Fé. Não é menos fiel
do que os outros “ouvidos”. E está em muito bom estado.
– Então apura-o, Jesus. Tem-me dado tanto
trabalho e tantos problemas ouvir assim…
– Trabalho e problemas é o que não falta aos
teus irmãos. Não os queres ajudar?
– Ouvindo assim?
– Não é ouvindo assim que se te tem alargado
o coração?
– Ah! O esforço de apurar o ouvido mantém o
coração desperto e ligado a Ti?
– Sim. Faz crescer o coração.
– Mas vais deixar-me ouvir-Te um dia destes
com o outro ouvido, não vais?
– Vou. Conforme te prometi.
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