Paz foi coisa que nunca se viu no comportamento de Jesus e no clima que
criou à sua volta naqueles três anos da Sua vida pública. E no entanto era a
sua Paz que Ele estava construindo. À espadeirada, conforme se viu. A Paz que
acompanha os Profetas também é assim viva, sempre.
11/1/96 – 3:11
– Espírito Santo, vem! Que eu sinta o Teu
tumulto dentro de mim, no seio da Igreja de Jesus, no ventre da terra! Avança,
meu querido Senhor, e no Teu avanço irriga toda a raiz, queima toda a
iniquidade. Isto mesmo Te peço que faças em mim. Sê toda a minha expressão
perante Deus e perante os homens. Faz de mim oração, apenas. Meu subtil e doce
Senhor, meu Rio omnipotente, vem. Invade todo o meu ser, move o meu braço,
aperta com os meus dedos esta caneta e escreve Tu. Sê tudo em mim. Amen.
Quando, passado algum tempo sobre o seu
registo, releio estes Escritos, parecem-me em geral fluentes, leves e ao mesmo
tempo profundos. Cheios sempre da Bondade do nosso Deus. Mas quão pesados foram
os momentos em que os escrevi, quão barulhento e superficial e até leviano foi
tantas vezes o clima que os envolveu ao nascer. Como agora, por exemplo: é
lenta e pesada a escrita; é leve de emoção, é gelado o clima em que vai
surgindo. No entanto, quando dentro de alguns dias voltar a esta página, lerei
tudo seguido, terei já esquecido todo o sofrimento que agora estou passando e
só se me realçará a Bondade do Senhor!
E é esta certeza que me dá a Paz, já agora
enquanto escrevo. Ensina Jesus através da Vassula: “Jamais te abandonarei com
uma mensagem que te traga perturbação (…) Toda a mensagem que te der ansiedade,
ou toda a mensagem que te deixar inquieto, não vem de Mim. Eu sou a Paz e o
Amor. Eu quero que tu te sintas em paz ao trabalhar Comigo” (5/10/86). Quantas
dúvidas, quantas perplexidades, quantos medos me assaltam enquanto escrevo!
Quão pesado e doloroso é quase sempre o tempo da escrita! E no entanto sempre
uma grande Paz paira sobre mim. Mesmo nos momentos de maior perplexidade, em
que abandono a escrita sem uma resposta de Deus, nunca o meu espírito ficou
angustiado, nem sequer inquieto: eu sei que
a resposta virá – é só esperar pelo tempo de Deus. Lembro-me então de Jesus, no
Jardim das Oliveiras, na Sua noite de todos os medos! E lembro-me do Princípio,
em que por sobre o gigantesco turbilhão do Caos pairava, sereno, o Espírito de
Deus! E lembro-me do sofrimento de um parto: a paz paira sobre a agitação e a
dor da mãe e chama-se nesse momento Esperança! E lembro-me das surpresas, das
perplexidades, das quedas e dos medos de uma criança pequenina: sobre ela paira
a presença protectora dos pais, que sempre acorrerão ao seu grito,
restabelecendo a paz.
É esta a minha Paz quando escrevo e
chama-se Espírito Santo. Nos estranhos Caminhos do Pai por que Jesus me está
conduzindo, é o Espírito que me envolve e me alimenta. Nada Lhe escapa e, se
estas folhas estão sendo continuamente marcadas pelas minhas deficiências,
ainda bem – segreda-me o Mestre: elas ficarão a assinalar o caminho que
conduzirá muitos à Paz.
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