Foi a Razão, exaltada até à idolatria, que edificou este nosso mundo,
desde os prédios até às doutrinas e nada mais fará senão isto que tem feito,
com o resultado que conhecemos. Jesus passou a Sua vida histórica a tentar
despertar nos corações a Fé, que opera sempre para lá daquilo que a Razão atinge.
21/12/95 – 3:35
Foram estes os algarismos que me levaram, há
mais de um ano, à linguagem dos Sinais do Céu. Desde então não pararam os
algarismos de me apontar os Caminhos e os Desejos de Deus, adquirindo
significados cada vez mais diversificados, de tal sorte que não se esgotou
ainda o seu potencial significativo. Veja-se a recente adopção do conjunto 10
como Sinal da Escritura. Vejam-se até os cambiantes que um mesmo algarismo,
conforme o conjunto em que se insere e o contexto emocional, pode adquirir.
Objectar-se-á que os algarismos, afinal, dizem o que eu quero que digam. E eu
respondo que esta é só uma hipótese, à partida tão verdadeira como esta outra:
os algarismos dizem-me em cada momento o que Deus quer que digam. Ficou já escrito que nem eu próprio excluo a
primeira hipótese e aqui está gravado o testemunho de quanto ela, aflorando de
vez em quando, me faz sofrer. Mas nenhum sábio, com base na própria lógica da
razão, poderá também excluir a segunda hipótese: ela permanecerá sempre como
uma possibilidade incómoda para todos aqueles que pretendem mutilar da dimensão
divina a natureza humana.
E eu não posso, nem estou nada interessado
em provar que é a segunda hipótese a verdadeira. Eu estou abandonando, de
facto, toda a ordem da Razão, não só como inútil, mas como autêntica montanha
de entulho impedindo a visão da Verdade. Por isso só pela minha Fé eu caminho e
só ela me vai dizendo em cada momento o novo passo que devo dar, sempre tensa
de expectativa, mas cada vez mais afoita: a visão da Fé apura-se ao andar. A Fé
foi o grande Dom do Criador ao homem depois do Pecado: ela foi a lanterna que o
Senhor nos ofereceu para, no meio das trevas em que nos metemos, podermos
encontrar e seguir o caminho de regresso ao Paraíso. Não, gentes, não tenhais
medo: abandonar a Razão não é perder a Lucidez; é, pelo contrário, desimpedir o
caminho da complicação que nos enreda e asfixia. Gentes, ouvi: abandonar a
Razão não é destruir a Ordem; é, pelo contrário, desimpedir o caminho para o
avanço da Unidade verdadeira – a do coração. Vede, gentes, que ordem construiu
até agora a Razão! Não reparastes? A Razão é a Desordem institucionalizada.
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