Nada, em todo o Universo, está parado. A
imobilidade não existe em lugar nenhum da Existência. Por outro lado, não
existe o movimento puramente rectilíneo, nem em círculo perfeito. Tudo é feito
de Vida e a Vida move-se em ondas. Tem altos e baixos. A vida é inconcebível
sem ritmo.
9/12/95
– 9:46:58
– Mãe, estou “em baixo”. Deixa-me usar uma
expressão da Cidade: tenho as baterias todas descarregadas. Diz-me: porque
depende assim o calor da afeição destes estados biológicos?
– Depende? Deixaste de gostar de Mim?
– Não! Mas não me vibra o ser, como noutras
alturas.
– Não dizes tu que a vida, se não tivesse
altos e baixos, seria morte?
– Sim. Chamo a isso ritmo. E digo que o ritmo é a essência da vida.
– Aí tens. À vida pertencem também os
“baixos”.
– Mas mesmo os “altos”, Mãe, há certas
alturas em que não provocam a emoção forte que seria natural…
– Também no Inverno há altos e baixos e
nenhum alto é como o alto da Primavera. Não te lembras de, no dia 25 do mês de
Outubro passado, em Medugorje, Eu ter pedido que fôsseis ao encontro da
Natureza? Observai-a bem : ela vos dará muitas lições.
– Então esta época que atravesso é só como
um Inverno?
– É. No Inverno, que acontece?
– Enche-se a terra de água, afunda-se na
terra a matéria orgânica resultante da decomposição de tudo quanto a ela
voltou, no Outono, aninham-se no seio da terra todas as sementes, robustecem-se
todas as raízes das grandes árvores, provocadas pelo abalo das tempestades, à
superfície, toda a energia se volta para dentro e para o fundo.
– Salomão, Meu operário da Paz, não esqueças
nunca de que toda a árvore nasce de dentro e do fundo e de que não há planta
que não nasça da morte de uma semente.
– Sim, Mãe, eu sempre gostei muito do
Inverno… Espera aí: as nossas deficiências são a matéria orgânica, o tal
estrume necessário ao germinar da semente!?
– Sim. Como nos animais e nos homens os
incómodos da gravidez e do parto.
– Nos “homens” – disseste Tu, não referindo
expressamente as mulheres. De facto os tempos de gravidez da minha mulher, a
que assisti, assim como os partos, incomodaram-me também a mim, homem, e de que
maneira! É a isso que Te queres referir?
– É, é a isso, mas lembra-te de que nada do
que te é ensinado é só “isso”. Estás avançando nos Mistérios de Deus, que não
esgotam nunca.
– Mãe: a deficiência humana é um Mistério de
Deus?
– É. E grande. Por isso são ridículas e más
muitas das respostas que lhe dais.
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