A partir do texto 1067 as mensagens são retiradas do quinto
volume destes “Diálogos do Homem com o seu Deus no Tempo Novo”. Sempre tendo em
fundo o Deserto por nós fabricado, continua a revelação dos mais insuspeitados
Mistérios…
Despois de abandonar o sacerdócio institucional
fui, como toda a gente, um profissional da Cidade. Dava aulas. Mas nunca me
consegui limitar à execução mecânica da actividade profissional. Por isso,
dando largas à propensão, que sempre tive, para as artes do espectáculo,
fundei, com outros colegas e dirigi, na escola onde leccionei, um “Grupo de Expressão
Livre - GEL”, para tentar que os jovens vissem para além da ciência
que se ministrava nas aulas.
1/12/95 – 5:08
Deitei-me às duas e tal e por isso continuam
sendo as três horas a média de tempo que o Senhor me deixa dormir por noite. Já
não sei que horas eram quando acordei, há minutos, mas foram aqueles algarismos
que me arrancaram da cama: eles são o claro Sinal do Coração de Jesus e do
Coração de Maria. E voltam a dizer-me que é preciso regressar ao coração, que é
a partir dele que o Novo Céu e a Nova Terra serão reconstruídos. Chama-se “À
Procura do Coração” o espectáculo que estou preparando na escola. E no meio do
meu sono e do meu cansaço ouço a Voz dos Dois Corações só em forma de sensação
longínqua abençoando a vida que assim entrego por esta esperança de que o
coração dos jovens – e até dos poucos adultos que participam e comparecem – seja
atingido e não morra! Eu sei que o coração é o próprio Sopro da Vida que nos
anima a partir de dentro e que aquilo são só frases soltas que eu pedi aos
alunos para escreverem, o mais sinceras possível, sobre a Solidão e sobre o
Amor; depois eu ordenei, dramatizei e encenei com cor, com música, com gesto
inesperado, com toda a surpresa que pude. Mas venho fazendo espectáculos destes
há vários anos com aquela secreta esperança dentro de mim. Resultados nunca os
vi, a escola não parece estar melhor por isso. No entanto continuo, teimoso. É
que eu sei que Deus Se pode servir de um gesto, de uma cor, de uma melodia, de
uma estrela de papel aparecendo no fundo negro de um céu de plástico para
reavivar e até ressuscitar qualquer corpo, restituindo-lhe o coração. E
depois…isso é um trabalho que não é comigo – penso eu. Além disso, para Deus
não há tempo e portanto Ele pode, um dia destes, de repente, reavivar todas as
estrelas de papel, todos os gestos, todas as cores, todas as melodias de todos
os espectáculos que eu tiver realizado e com estes tão frágeis, tão efémeros
elementos, converter todos os corações de todos aqueles que tiverem batido
palmas, ou assobiado, ou mesmo pateado – o que nunca aconteceu! – durante as
tantas sessões já realizadas. Eu sei lá se Ele às tantas não terá estado entre
a assistência!
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