São
geralmente mujito solenes, luzidias, multicolores, muitas vezes barulhentas.
Veja-se a mensagem seguinte, a propósito de um dos Natais que vivi depois do
Encontro com Jesus…
24/12/95 – 2:09
Esta noite nascerá Jesus! A minha Fé quer
tomar à letra esta afirmação; o Demónio esforça-se por que ela se mantenha
símbolo. Já que não pode evitar a celebração do Natal, o Demónio tenta
esvaziá-la do seu conteúdo, transformando-a em rito, em símbolo, em pura
alegoria. O Demónio faz sempre assim: mantém a aparência, reforça-a, para mais
facilmente sugar o conteúdo. Há tanto tempo ele faz isto na Igreja de Jesus:
ritualiza, soleniza, estiliza gestos, multiplica fórmulas e símbolos e assim
transforma acontecimento presente em comemoração do passado. E se falo no
Demónio, é porque o sinto aqui, em mim não sei onde, fazendo exactamente esse
serviço: secar-me o coração. E já que não tem cerimónias, nem fórmulas, nem
símbolos para me amarrar à superfície porque lhos recusei, serve-se do sono, do
cansaço, não sei de quê, para construir uma cercadura de indiferença à volta do
meu coração. Mas eu já o conheço e por isso ganhei este jeito de andar sempre
buscando a realidade por dentro das cascas, sejam elas feitas de gelo, de
indiferença, de cerimónia, ou de muitas luzinhas. Podem até ser feitas de
escuridão que meta medo, ou de arte que deslumbre: eu avanço sempre para dentro
como cão farejando, às vezes como camartelo arrombando, porque me ensinou um
dia o meu Mestre que a Realidade está dentro, sempre dentro, e é serena e
quente.
Por isso eu não espero, na noite que vem,
recordar um acontecimento ocorrido há dois mil anos: isso não teria interesse
nenhum para mim. A mim interessa-me o que em cada momento me está acontecendo.
Se amanhã por esta hora Jesus não tiver nascido em mim, eu continuarei a
esperar que Ele nasça e só descansarei da minha caminhada e da minha busca
quando O vir, nascido, aqui dentro, quando Ele ocupar todo o meu pequeno
coração. Não há cerimónia que me substitua esta Realidade, não há recordação
que me satisfaça esta sede. Jesus tem que nascer aqui dentro. Tão real ou mais
ainda do que quando nasceu no estábulo, há dois mil anos. Não sou de meias
medidas, já disse. Não me satisfaz ver alguém que ame…em fotografia. Não vivo
de recordações; vivo de realidades. E depois o meu Mestre tem muita classe!
Nunca mentiu. Ele disse que vinha, é porque vem. Disse que aparecia nos
corações, é porque vai aparecer. A afeição que Lhe tenho até já andou
preparando o terreno. Não sei se está ao gosto d’Ele, mas se por isso Ele não
vier, eu vou continuando a arrumar esta tralha, eu deito a tralha toda pela
porta fora se for preciso, mas vir é que Ele tem que vir, porque mo prometeu. E
queria muito que Ele viesse pequenino, agora no Natal, a noite que vem. Que
nascesse aqui. Não me importava de que Ele nascesse também aí. A minha grande
alegria era que Ele nascesse este Natal em todos os corações – Ele pode fazer
isso, Ele pode tudo. Com cerimónias é que eu não me contento; recordações,
deixam-me vazio. E eu sei que, se Ele vier, é uma Realidade tão concreta e tão
intensa, que me inundará e me passará a comandar todo o ser.
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