Aí, nesse instante e nesse lugar, estará a
Porta.
É só abri-la: o Vale Verdejante estará
diante de mim, regado de Luz. E, para lá do Vale, os Montes se levantarão,
também cheios de cor, com rochedos inocentes nas cristas.
– Mãezinha, vem ajudar-me neste último troço
do Caminho. Não Te peço isto por duvidar de que Tu venhas; é mais por receio de
me esquecer de que Tu estás aqui. Tenho medo de a qualquer momento me distrair
e, por minha causa, o Teu Exército não avançar, fulminante. Eu sei que ele
avançará sempre, imparável, minha linda, invencível Guerreira de elmo
cintilante e armadura de todas as cores. Mas é o Livre Arbítrio, esta inexplicável
loucura do nosso Deus, que eu sei poder sempre, aqui na terra, deixar-se enlear
em qualquer subtil manha da Serpente. Ela vai tornar-se mais subtil, não vai,
Mãe, à medida que se aproxima o fim?
– Não. A Serpente está esgotando toda a sua
subtileza. Aproxima-se o tempo em que ela sairá do seu esconderijo e se
mostrará, às claras. O seu desmascaramento será a sua derrota!
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