- Maria, novamente os Sinais me apontam para a
vulgaridade da vida oculta de Jesus.
- E tu sabes porquê…
- Sim, foi quase a totalidade da Sua vida: comparados
com estes trinta anos, os outros três até parece nem terem sido os verdadeiros
anos da Incarnação de Deus, mas os da revelação dessa Incarnação.
- Houve coisas, nesses três últimos anos, que Jesus não
tinha experimentado antes…
- Sim, a surdez das pessoas, o ódio e sobretudo a
tortura e a morte…
- Sim, diz isso que te está passando pelo espírito.
- Estas coisas sendo, obviamente, também campos da vida
humana em que Deus deveria incarnar, parece terem sido mais a reacção dos
homens à Incarnação do seu Deus.
- Onde vês isso, na vida de Jesus?
- Uma das acusações que os fariseus Lhe fizeram foi a
de que Ele, sendo homem, Se fazia
Deus. E foi esta declaração da Sua divindade que levou o sumo sacerdote a
rasgar as suas vestes em sinal de escândalo pela blasfémia proferida.
- O problema dos homens da Instituição era, portanto, o
de que Deus não poderia ser um homem igual a todos os outros homens e até nem
particularmente bem educado!?
- Sim, Jesus mostrara-se durante toda a sua vida um
homem vulgaríssimo e quando atirado à arena pública revelara-Se até um homem de
feitio turbulento, conflituoso. Ora como poderia um homem destes ser Deus?
- E não lhes foi difícil obterem a prova da sua
vulgaridade!?
- Não: ela estava ali agora, diante deles, à vista de
todos: aquele homem não tinha sequer seduzido discípulos que O defendessem.
Além de vulgar, Ele era afinal um homem frágil, cuja pregação se estava
revelando de todo inconsistente.
- Então o objectivo da Instituição era mostrar que
Jesus era mesmo só um homem e um homem nada recomendável!?
- Sim, e conseguiram-no: Jesus, afinal, morreu sem
resistência, como um homem vulgaríssimo, mais ainda, como um marginal. As
multidões que reuniu e os supostos milagres que fez, tudo se esfumou num instante.
Porque Ele era mesmo um homem vulgar, do mais rude que há.
- Então os últimos três anos da vida de Jesus só
serviram para revelar a vulgaridade de toda a Sua vida!?
- Assim estou vendo agora… De facto, o Seu fracasso foi
total e fulminante. As multidões desapareceram como que por encanto, os
milagres poderiam ter sido habilidades de um qualquer curandeiro. Os discípulos
mais chegados desapareceram de circulação, cobertos de vergonha e medo. Foi
tudo fumaça, afinal. O que resta é mesmo só um vulgaríssimo homem, uma vida,
enfim, destinada à vala comum.
- Nem as palavras, portanto, nem os exemplos de Jesus
revelaram, só por si, a Sua natureza de Deus!?
- Não, conforme se viu. Teve que ser por uma
intervenção directa do Espírito, nos corações, um pouco mais tarde. Mas a
grande força desta Fé foi justamente a vulgaridade da vida de Jesus!
São 8:12!
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