A Instituição
religiosa, supostamente detentora da Verdade divina, fez tudo quanto pôde para
vulgarizar Jesus, justamente para provar que naquele homem nada havia de
divino. E não precisou de fazer muito: Ele nascera numa terra de má fama, não
fizera nada que O distinguisse da vulgaridade durante trinta anos, nos três em
que passou a dar nas vistas manteve sempre um comportamento notoriamente rude e
até abandalhado, com atitudes a raiar o descontrole e a loucura, acompanhando
com pecadores e prostitutas, rodeando-se de gente das proveniências mais
díspares, sem estatuto social, um colaboracionista com a potência ocupante, um
guerrilheiro, enfim, gente sem nome, vulgar e marginal.
Notemos no
entanto que, se assim foi, isso se deveu a um Escolha divina e não ao acaso,
nem sequer a uma deliberada intervenção do poder religioso da Sinagoga. Parece
até que esta persistente vulgaridade era a condição necessária para o êxito da
missão redentora de Jesus: Ele deveria parecer tudo, menos Deus! De tal maneira
era importante este estatuto social do Messias, que até a força sedutora das
Suas palavras e os próprios milagres realizados deveriam ser engolidos por
completo nesta vulgaridade. Por isso não foi difícil à Instituição vulgarizar
Jesus.
Porque seria
este o seguro caminho da Sua Vitória. Todo o Seu Poder deveria estar onde
ninguém o esperava: do lado contrário a todo o poder deste mundo. Para que o
Seu Poder fosse um verdadeiro Segredo inacessível a todas as buscas e projectos
do Sistema dominante e acessível apenas a corações dispostos a uma radical
conversão da Obra do homem à Obra de Deus.
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