A Luz! É a Luz que tudo vai revelar. Porque a Luz vai brilhar de novo nas Trevas e, desta vez, as Trevas vão recebê-la, deixando-se transubstanciar e tornando-se alimento da própria Luz, como as folhas, no Outono…
Nada desaparecerá, simplesmente. Ou, tomando a palavra à letra, desaparecerá, de facto, apenas. Isto é, deixará de aparecer. Como as folhas deixam de aparecer como folhas, pouco tempo depois de caírem à terra. Toda a Natureza assassinada pela Civilização cairá, porque todos a sentirão pesando inutilmente na Árvore da Vida. Desaparecerá dos olhos físicos, portanto. Demorará a desaparecer mais tempo que as folhas, digamos…cem anos. Duzentos que sejam. Mas o que são duzentos, quinhentos, ou mil anos no conjunto dos milénios que já dura o Ciclo da Iniquidade? Se levar mil anos a desaparecer por completo, não terá sido fulminante o Milagre operado pelo Espírito? Mas desaparecerá, de facto, afundada na terra, toda a Civilização. Todo o horizonte ficará limpo. Todo o chão adquirirá a pujante e colorida Variedade da Vida. E cá temos de novo a poesia - colorida rima com Vida! É que, para já, só a poesia nos pode mostrar o Tumulto da Morte a caminho da Transubstanciação. Porque a Morte continua levantada na paisagem. Como continuou levantado o Império e o Rito depois da Presença histórica do Verbo. Mas muitos corações viram a Morte afundar-se no ventre da terra e aí transubstanciar-se em Ressurreição. Eles viram a Impossibilidade desfazer-se por completo e ouviram ao longe, aproximando-se, inexorável, a incrível Sinfonia da Vida!
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