- Maria, apareceu-me também já a imagem 5:18 e acho que
ela tem relação com esta.
- E o que vês nelas de comum?
- A Luz; e o terdes já Vós, Jesus e T, os Vossos
corpos ressuscitados.
- Há mais um zero…
- Sim, o milagre da Ressurreição é o Espírito que o
opera.
- Vamos então contemplar, mais uma vez, o Mistério da
Luz?
- Parece um Mistério muito árido… a Luz é inagarrável,
não tem formas…
- E no entanto provocou em ti uma “felicidade insuportável”!
- Sim, de árido não tinha nada aquela Luz: era como um
fluido que me penetrava e incendiava todas as células.
- Incendiava? Então não admira que fosse insuportável
- Mas era um incêndio que provocava o contrário da dor:
era prazer puro. Prazer exclusivamente. Prazer absoluto.
- Já te ouvi compará-lo ao clímax da relação sexual…
- Pois…não conheço outro prazer que se lhe compare.
- Prazer! Mas a palavra que empregas para caracterizar
esse fenómeno é “felicidade” .
- É verdade. Talvez eu queira assim deixar claro que
não se trata de um prazer só dos nervos, só carnal, mas de uma verdadeira
felicidade que nos arrebata todo o ser.
- Mas não deixa de ser prazer!?
- Não! É um prazer verdadeiramente sensual.
- E verdadeiramente espiritual!?
- Sim, talvez. Mas a sensação é a de que aquela
vibração tão intensa lhe vinha da Carne.
- Uma felicidade só espiritual não arderia assim!?
- Exatamente. Digo muitas vezes que já não distingo
material de espiritual quando falo de afeição, de amor, e julgo que é a partir
daqui, desta minha vivência, que assim sinto.
- Luz será então
a subtil Substância que tudo une!?
- Assim parece.
- Transubstanciando tudo - espírito e matéria!?
- Pois…não sei. Sei que aquela felicidade não a consigo
localizar nem na carne, nem no espírito, e muito menos consigo determinar a sua
origem.
- Tinha uma única Substância!?
- Sim, era felicidade, simplesmente. Ou prazer, como se
queira.
- Então os corpos ressuscitados são substancialmente diferentes
daqueles que ainda não ressuscitaram!?
- Certamente que são. Mas nada do corpo antigo se
perdeu.
- Como sabes?
- Aquela felicidade senti-a em mim conforme me conheço.
Não saí de mim para sentir o que senti. Tanto assim foi que, depois do facto,
eu fiz todos os testes possíveis para me certificar de que todas as minhas
faculdades, quer físicas, quer mentais, estavam a funcionar em pleno. Nunca,
portanto, eu deixei de ser eu; fui só um eu feliz como nunca tinha sido.
- Mas olha: não chegaste a identificar aquela Luz como uma pessoa!? Ou chegaste?
- Mas olha: não chegaste a identificar aquela Luz como uma pessoa!? Ou chegaste?
- Não pensei nisso, expressamente. Mas tinha a certeza
de que Quem me proporcionava aquele inesquecível momento era Deus.
- Um Deus sensual!?
- Nesse tempo eu não punha questões dessas…
São 6:56!??
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