12/10/97 – 3:19
– E que queres tu fazer?
– Deixar escrita a Tua Luz, apenas, a Tua Verdade, a Tua Vontade.
– Disseste “Luz, apenas”, mas acrescentaste Verdade e Vontade. Foi de Luz, apenas, que estiveste falando?
– Foi. Foi só de Luz. A Tua Verdade é justamente a manifestação do Teu Mistério em toda a nossa capacidade de o contemplar – é a Tua Luz escancarada; a Tua Vontade é a Tua Luz em acção: todas as vezes que é feita a Tua Vontade, é a Tua Luz que na terra alastra.
– Que se passou dentro de ti agora mesmo?
– Estava procurando sentir a presença da Mãe, do Pai, do Espírito.
– E qual foi o resultado?
– Senti-Os presentes, mas silenciosos.
– Indiferentes?
– Não! Tensos, como se só esta nossa conversa Lhes interessasse.
– E agora mesmo, que se passou?
– Distraí-me, divaguei, não sei porquê.
– E vês todo o Céu triste por causa disso?
– Não. Todos continuam observando-me com muito interesse. Pareceu-me até que a Mãe fez um leve sorriso.
– E agora o que te aconteceu?
– Distraí-me outra vez.
– Porquê?
– Porque não recebi, rápida, a Tua resposta… Acho que Te calaste…
– E sentes-Me magoado com o teu comportamento?
– Não! Vejo-Te só muito atento a tudo o que faço ou digo.
– E porque te não prendo Eu a atenção com um diálogo mais fluente, mais vivo, por exemplo?
– Não sei ainda; só sei que tudo o que Tu fazes é perfeito.
– Como? Eu não actuo incarnado na vossa imperfeição, como tantas vezes tens escrito?
– Actuas. Por isso és perfeito.
– Sim? Ser perfeito então…
– É estar totalmente próximo do outro, próximo do que se está fazendo em cada momento. É assumir o outro todo e as suas circunstâncias. Ser perfeito é amar.
– Mas vê bem: isso não é muito teórico, Meu pequenino companheiro? Deixando-te distrair, Eu estive próximo de ti?
– Estiveste: Tu não me violentaste; Tu respeitaste em absoluto todos os apegos que me colam à minha existência concreta e esperaste por mim sem me recriminares, sem Te sentires ofendido.
– Onde íamos, Salomão? A que propósito vinha esta conversa?
– Ela foi despoletada pelo caso da J.…
– E do Meu Regresso, de que tu ias falar no início, não?
– Sim, mas do Teu Regresso não notei que tivéssemos falado até agora.
– E da tua filha? Estivemos a falar dela?
– Sim, parece-me que andou mais próxima dela a nossa conversa… Não fujas, Jesus! Deixa-Te estar aqui comigo e ajuda-me…
– Sentiste-Me ir embora?
– Ficaste calado e pareceu-me que Te afastavas…
– Que sentido tem Eu afastar-Me quando sei que precisas de Mim?
– Não sei… Sei só que também esta Tua atitude é perfeita. Talvez…o deixares-me voltar para onde eu normalmente estou.
– Longe de Mim?
– Sim, ainda longe de Ti.
– E para quê?
– Não sei… Talvez para me deixares sentir, mais uma vez, a minha total impotência sem Ti.
– Continuamos a falar da tua filha?
– Penso que sim…
– E do Meu Regresso?
– Estamos também, certamente, a falar no Teu Regresso. É justamente o Teu Regresso tudo o que nos é necessário quando assim nos sentimos longe de Ti, impotentes.
– A tua filha pede-Me o Meu Regresso, como tu tens feito esta noite, sempre que te sentiste longe de Mim?
– Acho que não. Ela não reza; anda só fazendo o que lhe agrada e o que é fácil. E é isso que me aflige.
– Ela anda longe de ti?
– Sim, muito longe.
– Porquê?
– Porque despreza tudo o que eu lhe digo. E para não alterar a sua vida, tenta até justificar tudo quanto faz.
– Já houve um tempo em que andavas longe de Mim e justificavas tudo quanto fazias, não justificavas?
– É verdade. Eu achava que estava fazendo tudo muito bem.
– E como se alterou esse teu comportamento?
– Foste Tu que me tocaste.
– De que forma? Lembras-te?
– Arranjaste maneira de eu contactar com a Profecia da Vassula.
– Mas tu já gostavas de Mim, antes!?
– Gostava.
– A tua filha gosta de ti?
– Gosta. Eu sei que gosta.
– Quanto tempo andaste Tu gostando de Mim e magoando-Me?
– Oh! Muitos anos!
– Oferece-Me então essa tua dor e espera, como Eu esperei por ti.
São 6:26/7!
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