31/7/05 – 5:31
– Maria, estou ainda abismado com a visão do Mistério da Liberdade!…
– Falaste também em Mistério da Eternidade. São o mesmo Mistério?
– Assim perco-me, Pequenina… Não sei. Estranho até que me tenhas conduzido para aqui…
– Porquê? Viste já, em todo o campo do Mistério, alguma vedação a impedir-te a passagem?
– É isso mesmo! O Mistério não tem quaisquer barreiras: é por natureza infinito!
– Todos os Mistérios?
– Sim: qualquer Mistério é sempre aberto para mais além e nunca se esgota!
– Poderias então passar a vida inteira seduzido por um único Mistério!?
– É claro: o Mistério nunca perde o interesse; pelo contrário, quanto mais se avança nele, mais ele seduz.
– Mas se assim passasses a vida fascinado por um único Mistério, viverias na ignorância de todos os outros, não?
– Não! Qualquer Mistério que me seduzisse haveria de me conduzir a todos os outros. Todos os Mistérios formam uma Unidade. Eles são um Corpo só. Se, num corpo, um dos órgãos me seduz, o fígado por exemplo, um simples cabelo que seja, ao interrogar-me sobre o seu sentido e a sua função, ele há-de levar-me necessariamente à descoberta do corpo todo.
– A Descoberta nunca então terá fim!?
– Não. Maria!
– Que foi?
– Estás a falar-me de Eternidade, não?
– Sim. Mas vê se não lhe poderás chamar também Liberdade!
– Estou vendo… Mas espera: Eternidade não é só para a frente, mas também para trás.
– Pois é. E vê se a Liberdade plena não é justamente não haver limites nenhuns, nem para a frente, nem para trás.
– Sim, o Mistério é aberto não só na direcção do fim, mas também em direcção ao princípio!…
– Vês então agora porque nem Deus conhece as Causas últimas das coisas?
– O que eu vejo é só um assombro de todo inexplicável. Ah, se não tivéssemos feito a Cidade!…
São 6:37!
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