- Tu sabes o que eu vejo nestes Sinais, Maria?
- Sei. Mas escreve-o, para que todos o saibam.
- Que Jesus me ama muito como Seu Mensageiro.
- Ele ama, portanto, a tua missão e não a tua natureza!?
- Estás só a provocar-me e eu também gosto de Ti assim. É claro que Jesus me ama como estou e pelo que sou. É a minha natureza até à mais íntima fibra que Ele ama. E ama-a ainda mais por vê-la coberta da grossa carapaça das minhas deficiências.
- Porque destacaste então a tua missão de Mensageiro?
- Porque os Sinais me apontam como tal. E porque me sinto amado como Mensageiro.
- Ser Mensageiro pertence à tua natureza?
- Pertence à natureza de todas as pessoas, sem excepção: é impossível ser sem se mostrar. Todo o ser irradia; está, portanto, transmitindo contínuas mensagens. Não há nada isolado em todo o Universo.
- Então em ti a condição de Mensageiro deve ser o mais saliente carisma da tua natureza?
- Não sei. Mas se é, é muito estranho: todos quantos me conhecem sabem que eu tenho dificuldade em exprimir-me com exactidão e talvez por isso mesmo eu nunca gostei de escrever.
- Tens então um problema a resolver, e não parece pequeno: estes tantos milhares de páginas estão testemunhando que Deus violenta a tua natureza! Ou não?
- A resposta imediata é não. Deus não pode violentar a natureza de nenhuma das Suas criaturas, muito menos do homem.
- Bem digo Eu que tens um problema complicado a resolver. Vá, estamos todos à espera.
- Por natureza, todos nós somos, como acabo de escrever, Mistério aberto, revelando-se a quem por ele se deixar seduzir. Eu não sou excepção: o que sou deveria revelar-se naturalmente.
- Espera… O que tens escrito é o que tu és?
- Só pode ser: Jesus sempre me pediu que nunca escrevesse nada que não fosse sentido por mim - portanto que não fosse genuinamente meu.
- Tens então agora um outro problema a solucionar: o que escreves não é Palavra, Mensagem d’Ele, de Jesus?
- Problemas realmente complicados me estás colocando hoje, Companheira! Muito bem: continuo gostando de Ti assim. Ora vamos ver… O que aqui tenho escrito não pode ser abolido nunca, justamente porque é Palavra e portanto Mensagem de Deus. Mas tudo quanto escrevo sinto que é só a minha natureza desabrochando.
- É mesmo essa a grande característica dos nossos diálogos, segundo já te ouvi dizer!…
- É mesmo! Tal como hoje estás fazendo, todo o diálogo que escrevo assenta numa provocação Vossa - Tua e sobretudo de Jesus. Provocar significa “chamar para a frente” aquilo que, naturalmente, estava atrás, pronto para se revelar. Tudo isto é revelação da minha Alma.
- Cuja natureza é a de Palavra de Deus!?
- Como? Que foi que disseste? Eu sou, por natureza, Verbo - Palavra de Deus?
- E se fosses? Se tivesses sido sonhado assim, desde toda a eternidade?
- Dá-me tempo para me recompor, Maria. A minha dificuldade de comunicação nasceria então apenas do facto de ter que encaixar o Mistério de Deus na linguagem humana!…
São 10:24!!
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