Ao mesmo tempo considerava que Jesus me trouxe hoje para a frente dos olhos o meu nome (27), que significa Pacificador, acompanhado de um outro Sinal (1), que me remete para Luz, ou Unidade, e é também Sinal do Pai do Céu, segurança e sustentáculo da Ordem do Universo, por isso o garante da Paz.
Mas a Paz de Deus é um estranho e fundo Mistério, gravado no Evangelho através de afirmações contraditórias de Jesus: Ele diz, num passo, que não veio à terra trazer a paz, mas a espada; e noutro, à despedida, ouvimo-Lo dizer que é justamente a paz que nos deixa, a Sua Paz que nos dá. Assim, parece ser a construção da Paz a causa de todas as guerras, na Ordem que Jesus veio instaurar.
De facto, Jesus constrói sobre terra firme, de entranhas rochosas. Chama-se Verdade a escavadora que alisa o terreno e abre, fundos, os alicerces. Nunca, para evitar conflitos, Jesus calou a Verdade, ou foi ambíguo, ou chamou verdade à mentira. Escandalizou multidões inteiras por causa deste Seu jeito de avançar sempre em plena claridade. Foi este caminho que sempre Lhe admirei, nos Profetas antigos, e me empolga ainda, nos Profetas actuais. Nunca O vi esconder a situação da Igreja; pelo contrário, Ele escancara-a com um realismo por vezes chocante, em toda a Verdade que os Seus Olhos de Deus observam; para unir os Seus discípulos não hesita em condenar o ecumenismo actual como falso e não procede com nenhum cuidado especial ao tocar nos pontos que há séculos desunem os cristãos; nunca engana, nunca vende a Verdade para conseguir a adesão de quem quer que seja, mesmo que fique só, mesmo que todas as multidões se afastem de novo, escandalizadas!
Jesus é o Esplendor do Pai, Aquele que segura todas as coisas na sua Unidade. E é junto desta Luz tão clara que está o meu nome.
– Que me quiseste, Jesus, ao acordares-me chamando assim pelo meu nome?
– Quero-te sempre a mesma coisa quando te acordo: venho dizer-te que te amo e perguntar-te se gostas de Mim.
– É a isso que se resume tudo quanto me fazes e quanto me dizes?
– É. É só a isso que se resume.
– Então quando me chamas a atenção para a Luz, para a Verdade…
– Estou-te dizendo que te amo e perguntando se Me amas.
– Todas as vezes que assim me vens declarar o Teu Amor, é a Tua Verdade que jorra sobre mim?
– É. É o Esplendor do Pai que te ilumina.
– E todas as vezes que me perguntas se Te amo…
– Estou a perguntar-te se Me aceitas, se queres a Minha Luz.
– E que queres que faça com a Tua Luz?
– Quero que Me ames.
– Eu queria dizer…relativamente à Tua Igreja…
– Relativamente à Minha Igreja, quero que Me ames.
– Mas como devo fazer perante a actuação do Divisor, perante as previsíveis agressões dos Teus inimigos…?
– Deves, sempre que acordares de noite, estar atento, porque te vou dizer que te amo.
– E devo responder-Te também que gosto muito de Ti?
– Se isso for verdade…
– E como poderá não ser verdade, se assim pronunciares o meu nome, como hoje, e eu Te ouvir dizer que me amas?
– Não precisas então que Eu te diga mais nada sobre a forma como hás-de tratar com a divisão e a perseguição no seio da Minha Igreja?
– Queria saber se devo usar de violência, às vezes…
– Eu também não sei.
– Como??
– O Amor é a única Lei, para sempre, na Minha Igreja. Como posso responder-te? O Amor sabe, porventura, de antemão, as surpresas que lhe reserva a Liberdade do homem?
– Não… Se soubesse, não seriam surpresas, e o próprio Amor morreria, porque se alimenta da surpresa.
– Então, se Me amas, porque te preocupas com o que farás, amanhã?
São 4:20.
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