– Ainda Me não conhecias, pois não?
– Não; comparando com que Tu agora és para mim, eu de facto não Te conhecia. Como não conhecia Jesus, muito menos o Pai, muito menos o Espírito!
– E tinhas sido padre…
– Sim, sabia a Teologia toda, tinha pregado muitas vezes o Evangelho.
– Há tantos como tu eras, Salomão! São todos, afinal! Tão, tão pouquinhos tiveram já o seu Agosto!…
– Mas eu não te vejo triste!…
– Pois não. E como poderia estar triste na celebração deste mês?
– Tu acompanhaste tudo o que se passou!?
– Que achas? Não conhecia Eu já a missão que te estava confiada, no Meu Reino?
– É a primeira vez que Te ouço falar assim!…
– Assim, como?
– Dizes “o Meu Reino”!…
– Mas já não estranhas agora, pois não?
– Surpreendeste-me… Tu não costumas falar dos Teus Atributos.
– Também não costumo ignorá-los, muito menos negá-los…
– É verdade: Tu mostras naturalmente aquilo que és, sem esconder nada.
– Sou Mistério puro! Não é assim que tu dizes?
– Sim, Vós ensinastes-me que no Vosso Reino nada está escondido, mas nada está definitivamente visto.
– Mas as pessoas são humildes, no Reino dos Céus, não?
– Pois são. Mas aí a Humildade consiste não em ignorar ou negar, mas justamente em reconhecer os Dons que recebemos.
– Tu já reconheceste o Dom que recebeste em Agosto, há onze anos?
– Já, acho que sim…Mas não sei se estás contente com a minha humildade…
– Qual é a tua dúvida ainda?
– É a desmesurada grandeza do Dom…São os caminhos por onde me tendes guiado, Tu e o nosso Jesus… É sobretudo a permanente aridez deste Deserto…
– Julgo que já escreveste um dia que a Aridez foi o maior Dom do Céu em todo este tempo que convives Connosco…
– Sim, não posso deixar de reconhecer que foi o ter-me Jesus trazido quase logo no início para este Deserto que me levou a conhecer a crueldade do nosso Pecado e a loucura do Amor de Deus.
– E viste isso tudo como quem observa, de longe?
– Não! A grandeza deste Dom está justamente em Deus me ter permitido participar assim na Sua Incarnação.
– Então, se queres ser humilde, não te esqueças nunca de proclamar a grandeza dos Dons que recebes.
– Olha, Pequenina: aquele prazer suave que me percorria já o corpo ao acordar e a intensidade com que desta vez participastes, Tu e Jesus, no nosso habitual convívio, foi uma forma de celebrardes o nosso Agosto, não foi?
– Não te deu um dia Jesus o prazer da carne como um particular Sinal da Sua Presença em ti? Sê humilde: reconhece os Dons do Céu!…
São 8:52!!!
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