– São muitas perguntas ao mesmo tempo… E julgas que Eu sei responder a todas elas?
– Também Tu aceitas e executas os Desejos do nosso querido Senhor sem quereres saber das Suas razões?
– Há uma coisa que Eu sei sempre das razões de Deus: é que elas são todas Amor puro. E isso Me basta.
– Também entre as Pessoas da Trindade cada Uma não sabe das razões da Outra, a não ser que todas elas são Amor puro?
– Não consiste o Amor na Surpresa? E recordo-te uma outra coisa: tu sabes sempre as razões dos teus próprios desejos e mesmo das tuas decisões ou opções?
– É verdade! Os desejos surgem e até as decisões e opções são tomadas sem que eu conheça as razões profundas que me fizeram desejar a agir.
– Vês? E sabes porquê?
– Porque também para nós o nosso próprio Amor não o seria se não fosse Surpresa.
– Vejo que, para este caso pelo menos, tu conheces a razão. Não ficaste, portanto, surpreendido quando te perguntei o porquê de te surpreenderes a ti próprio. Houve então pelo menos um breve momento deste nosso diálogo em que o Amor esteve ausente!?
– Gosto tanto de ti, Maria! Vais tão longe, quando ensinas!… E mostras as coisas com tão luminosa simplicidade!…
– Nem parece, pelo menos desta vez. Não achaste complicada aquela coisa das razões e das surpresas?
– Não! É que a Tua aparente complicação conduziu-me à Fonte de todo o Amor!
– Sim? E como?
– Ao recordares-me que nem eu próprio conheço as razões daquilo que desejo e faço, logo provocaste dentro de mim um outra interrogação que parecia terrível!…
– Eh lá! E qual foi?
– Se eu próprio não conheço as razões do que desejo e nem sequer do que faço, não pode o centro de comando do meu ser destruir-me, se quiser? Quem o controla?
– E que respondeste à tua pergunta?
– Ela abriu-me um terrível e fascinante Mistério, de que não vejo nem o princípio ainda!…
– Aponta-o, apenas.
– Acho que é o Mistério da Eternidade.
– É nele que está o Comando sem Comando de todo o Ser?
– Só posso responder-Te que estou desistindo… Este Mistério esmaga-me…
– Mas tu falaste na Fonte do Amor…
– Sim… o Amor, se tivesse alguém que o comandasse, então sim, poderia destruir o próprio Ser. O Amor é só Bem porque é inteiramente LIVRE!… Desisto, Pequenina! Não consigo explicar o que me fascina, mas nunca vi.
São 8:30!
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