As impressões de ontem terminaram de forma muito insólita: depois de rezar o Terço ajoelhado, levantei-me na escuridão do quarto e pareceu-me ficar muito alto, em cima de um pedestal ou de uma elevação qualquer. Durou uns momentos relativamente longos esta sensação. Só terminou quando me aproximei da cabeceira da cama para me deitar. E era como se, neste percurso, eu tivesse que descer. Não sei ainda o que significou. Não sei se foi Jesus exaltando-me. Mas pedi-Lhe a Humildade.
Tudo me diz agora, porém, que foi Graça do Senhor. E que há também um tempo para receber humildemente as Suas Graças e nos sentirmos felizes. De facto, todo o dia de ontem foi dominado pela sensação de que Jesus me elegeu para uma missão bem especial na Sua Igreja e me quis dar isso a conhecer como recompensa depois de um longo tempo de sofrimento na solidão do Deserto durante o tempo que Ele achasse necessário, até ao fim da vida, se preciso fosse.
Mesmo agora me faz Jesus relacionar este facto com um outro episódio curioso do dia de ontem: ao encaminhar-me, depois do almoço, para a bouça, debaixo de um sol abrasador, encontrei no asfalto um passarinho muito pequenino. Julguei-o morto. Mas ao baixar-me verifiquei que respirava ofegante, de biquito muito aberto. Deixou-se apanhar sem se mexer. Julguei que estivesse ferido, mas não: o seu mal era só calor. Nitidamente ele não era já capaz de se mexer e morreria ali na imensidão do asfalto, por insolação. Levei-o na mão para a bouça e senti uma grande ternura por aquele passarinho, ali tão quieto, tão abandonado, tão dependente de mim, do que quisesse fazer dele. Na bouça, sob a sombra fresca das árvores, escavei a terra até encontrar humidade e lá coloquei aquela pequenina criatura, que se deixou tombar de lado sempre de olhito aberto. Num impulso muito espontâneo, ajoelhei-me e beijei-o. Depois fiz uma armação com paus e coloquei por cima ramagens, para intensificar a sombra. Passado um pouco, o pardalito respirava mais devagar, de olhos fechados. Enterneceu-me esta imagem do passarinho dormindo. Andei ali no meu passeio do costume até que resolvi espreitar: aquela coisinha já lá não estava. Fiquei feliz.
O dia de ontem significou para mim algo de parecido. Como se Jesus me tivesse levado também na Sua Mão a descansar num pequeno oásis. Por isso sei que Ele me ama. Li-o ontem na Vassula… Vou ver e… os meus olhos caem exactamente na frase que eu procurava!: “Meu menino, Meu menino… Eu, o Senhor, quanto te amo! Eu amo-te até às lágrimas!… Deixa de escutar o Maligno, que tenta destruir todas as coisas boas que te dei. Tem fé no Meu Amor. Eu nunca deixarei de vir a ti… Nunca… Por isso tem a Minha Paz” (15/11/92).
Continua hoje Jesus mantendo este clima de intimidade comigo. Desde o princípio deste Escrito que Ele me está dizendo, sempre através do meu típico ouvido mas muito distintamente: “Salmo cento e vinte”! Eis, pois:
Sl. 120 (119) |
Não era, em verdade, isto que eu esperava. Parece até nem ter relação nenhuma com o ponto em que me encontro. Mas é a típica lógica deste meu Guia: o ponto em que me encontro é sempre a andar, sempre mais à frente!…
São 5:57.
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