3/2/96 – 3:46
O Sinal da Besta, outra vez! E quando ele aparece, a primeira coisa que faço é olhar para mim, à procura de qualquer pecado que tenha desgostado o meu Senhor. Tenho um verdadeiro medo de Lhe causar qualquer mágoa, qualquer desgosto: Ele só merece coisas boas da minha parte. E vejo agora aqui a essência do Pecado, o âmago da Iniquidade: retribuir um bem com um mal! Fazer mal a Quem nos fez bem! Foi isto que fez Eva: ela desprezou o Dom de Deus, que era toda a felicidade que o seu coração podia comportar, para ir à procura de um reino em que Deus não entrasse. Porquê? Porquê? Porquê? – clamava Deus na Sua Dor. E Deus não sabia responder! Nunca entenderemos a Dor de Deus nesse dia. Porque o Pecado é o maior dos absurdos. E ao ver assim a loucura que cometera ao dar ao homem o Livre Arbítrio, Deus arrependeu-Se de o ter criado. Mas foi também esta a primeira e única vez, na História da Criação, em que um acontecimento no Coração de Deus não virou facto fora: Deus chorou em silêncio a Sua Dor e não destruiu o homem! Porquê? Porquê? Porquê? – pergunto eu, perguntamos nós todos agora. Porque não foi justo o Criador do Homem?
– Responde Tu, Mestre. Porque não fulminou Deus o homem nesse preciso momento?
– Não sei.
– Não sabes??!
– Não.
– Até nós sabemos! Nós papagueamos logo esta resposta: porque o Amor de Deus é maior que a Sua Justiça!
– Mas Eu não sei.
– Jesus! Isso é outra heresia monstra! Tira-me daqui, Mestre. Não me deixes continuar a escrever.
– Eu não sei.
– Mestrezinho, vem cá: deixa-me parar de escrever….
– Eu não sei.
Jesus não liga nada àquilo que eu digo; ficou absorto, repetindo: “Eu não sei! Eu não sei!”. Como se Ele próprio não atingisse o Amor do Seu Pai e ali ficasse, suspenso da Surpresa e do Encanto.
E agora penso: como me atrevi eu a escrever isto? Choro de pasmo com o comportamento deste nosso Deus, mas não consegue este choro derreter o gelo que me possibilita escrever. Como anseio pelo dia em que eu não possa escrever mais! Parecem-me assim estes Escritos verdadeira carne em que Jesus encarna para poder conviver hoje de novo connosco.
E não consigo escrever mais. Um sono tremendo me invade. Vou olhar o relógio, a tentar auscultar a vontade do meu Mestre: 5:55! É um Sinal espectacular, mas não sei para que aponta. Só mesmo perguntando.
– Porque me fizeste aquele Sinal, Mestre? Diz-me o Teu Desejo.
Ele não responde. Apenas entornou em mim uma forte sensação da Sua Presença. Assim, aquele Sinal quer dizer apenas isto: que Ele me ama muito; que não está, portanto, longe o dia em que a intensidade do Seu Amor me impedirá de escrever.
São 6:04.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Salomão, estou a ler todos os dias estas lindas mensagens, sei que gosto muito é lindo, mas tenho muito que entender um bem haja.
ResponderEliminar