– 8:50:09
Sempre que recebo assim um montão de prendas de cada vez, a minha dificuldade em escrever não é o vazio, mas o não saber por onde hei-de começar a desembrulhar. Mas também já me ensinou o Mestre como devo fazer nestes casos. Escreve! – diz-me Ele. O quê? – pergunto eu. Sempre em cada momento o que estiver no teu coração – esclarece Ele. No coração e não na cabeça, pois não? – quero eu saber desta vez. E Ele, neste momento:
– Só o que vem do coração é verdade.
– Só?
– Só.
– É outra heresia, isso, Mestre. Aqui onde vivo diz-se que a cabeça é pelo menos tão necessária como o coração. A falta de cabeça é a origem de todas as desgraças: é o desequilíbrio, é a desordem, é o fim.
– E tendes razão.
– Pois, já mo disseste, Mestre: sem a cabeça toda a Cidade cai em ruínas. Mas por isso mesmo soa a heresia.
– E o que são as heresias todas senão as muralhas com que tentastes rodear o Mistério de Deus, para dentro delas mandardes vós, pecadores, no território do vosso Pecado?
– É que, Mestre, deitando abaixo assim todas as heresias, estás a eliminar todos os dogmas. E isto é totalmente incomportável para a igreja institucionalizada, nomeadamente a igreja católica.
– E de que Me serve a instituição católica? Não vedes que até agora ela só tem desprezado e matado os Meus Profetas? Não vedes o peso monstro com que ela Me esmaga? Em verdade te digo: não ficará dela pedra sobre pedra quando o Nono Dia tiver nascido.
– Foi isto que me quiseste dizer naqueles algarismos, não foi? A Tua Mãe, Tu próprio e o Espírito serão, durante mil anos, a Lei toda, na Tua Igreja!?
– Que deixará de ter todos os nomes com que A desmantelastes e passará a ter só o Meu Nome.
– Será a Comunidade de todos aqueles que foram salvos apenas por invocarem o Nome do Senhor, como me disse ontem através da Vassula a Tua e nossa Mãe (6/12/93)?
– Sim. Mas não sabíeis isso ainda? Não sabíeis? Tenho passado os anos a repetir-vos que sois filhos do Pai do Céu e de mais ninguém, que Eu sou o vosso único Mestre e que um só é o Espírito que a todos vos mantém vivos. Não sabíeis isto?
– Sabíamos com a cabeça.
– Então cortai todos a cabeça, porque, ao que estais vendo, ela só vos trouxe a cegueira e a dor!
– Mestre! Mestre! Quem me aceitará esta Mensagem?
– Quem Me conhecer a Mim! Todos os Meus pobres a receberão e inundarão as ruas da Cidade com palmas levantadas ao alto cantando, felizes, o Meu Regresso!
– Mestre dos mestres, meu Amor! É assim que Te sinto. És Amor em tudo quanto dizes, em tudo quanto fazes, em cada passo que dás, em cada areia, em cada paisagem que me mostras; o Teu Ensinamento é sempre de Coração a coração!
– Nunca tenhais medo do Coração: só ele ordena, unifica e dá a Paz!
– Guiados pelo Coração, não precisamos mais de cercas que nos delimitem o Teu Mistério?
– Só livre de todos os muros poderá o Mistério de Deus ser pura Sedução para o Homem.
– É a Sedução que nos alimenta e reconstrói?
– Sim. Recorda…
– Isso, isso! Quando me pediste que reconstruísse a Tua Igreja era esta revolução e esta razia que me estavas pedindo para anunciar?
– Proclama a todos os corações que Eu nada destruo.
– Ai não? Então de que me estás a falar?
– De Vida, onde até agora só a Morte cobre a terra!
– Ah, Mestre, tenho tantas coisas a perguntar-Te!…
– Virá o tempo em que todos Me poderão pôr directamente a Mim, seu Deus, todas as perguntas e serão respondidas!
– Directamente? E uns aos outros nada poderemos perguntar?
– Virá o tempo em que tudo quanto responderdes aos vossos irmãos é em Meu Nome que o fareis e a vossa resposta serei Eu.
– Sê então, Mestre, a Resposta a esta minha pergunta que aqui dentro queima: Tu disseste-me esta noite que “nem o próprio Pai verá nunca o fim do Mistério de Deus” e…
– Responde a Minha Resposta, Salomão.
– Se o Pai e o Filho e o Espírito vissem o fim do Seu próprio Mistério, não poderiam ser Deus!
– Porquê, Salomão?
– Porque teriam um Limite!
– Continua.
– E posso?
– Porque não? Tens medo de chegar ao Limite de Deus?
– Ah!
– Continua.
– Falaste-me, logo a seguir, em Liberdade: cada Uma das Pessoas da Trindade é livre e independente em relação à Outra.
– Sim. Continua.
– E posso?
– Tens medo de te perder?
– Tenho medo de que se me rebente o coração.
– Sabes então agora porque não têm crescido os corações?
– Ah!
– Continua.
– Ainda tem mais?
– Não vês?
– É Luz demais, para mim.
– Entendes agora o que fizeram de vós as Trevas em que tendes vivido?
– Ah!
– Continua.
– Deus tinha que ser Três.
– Ahn?
– Deus não pode ser “mono”.
– Serve-te dos Sinais que registaste no início da vigília.
– Só sendo Trino pode ser Uno!
– O que é que une Deus?
– A Surpresa!
– A Surpresa o que é?
– A ausência de Limite!
– Queres continuar?
– E posso?
– Não és filho de Deus?
– Ah!
– Continua.
– Deus é Amor porque é Surpresa eterna para Si próprio!
– Porque suspiraste agora?
– Não sei.
– Fui Eu. Eu deixo sempre o suspiro do Meu Amor na tua fronte.
– Ah!
– Não tens que fazer para os teus alunos?
– Faz, Mestre, que eu seja surpresa para eles sempre!
– Então sê um Comigo.
São 10:35:01.
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