16/7/95 – 5:35
Sl 95 (94)
Foi outra vez a falta de assunto que me levou à oração: o Senhor tem, na verdade, engenhosos processos de manifestar o Seu Querer…
Li, mas o meu coração não canta este Salmo. E sei que vai cantá-lo quando o Espírito encharcar por completo as minhas células. Entretanto, que faço, com este vazio? Como o preencho, se não tenho assunto, nem oração para rezar? Leio de novo. Eu acredito no meu Jesus. Eu acredito no Espírito Consolador irrompendo no meu ser. É Ele que reza em nós. Se não for Ele, não há oração. Este Salmo é um apelo a que nos juntemos todos e “exultemos no Senhor, aclamemos o rochedo da nossa salvação”. Não é sequer para se rezar na intimidade de uma cela, mas na praça pública, mais até do que no templo. É o cântico de alguém inflamado que chama muitos outros, todo o povo para ir à presença do Senhor “com hinos de louvor”, para O saudar “com salmos jubilosos”. É clima de festa, de exaltação.
E eu não estou aí. Ninguém que esteja como eu neste momento pode subir a um qualquer monumento no centro da praça e dizer “Vinde”! “Vamos”! “Vamos”! “Vinde”! Não consigo fazer mais nada senão análise textual! E Jesus não me quer fazendo isso: se me deu este Salmo, é para eu o cantar, não para o analisar. Este Salmo não tem nada que explicar, nem sequer é para entender: é para viver e cantar! Então, se mo deu para eu cantar, porque me não põe música no coração? São já 7:02 e veja-se o que até agora do meu coração saiu! Tudo o que escrevo é sentido; se não sinto, não escrevo. Calcule-se, pois, o que eu senti durante hora e meia!
Agora reparo: estou resmungando contra o Senhor que me não fez ainda chegar à Terra Prometida, que me retém neste Deserto tempos sem fim. Então leio de novo e ouço: “Ele é o nosso Deus; nós, o povo do Seu pasto, e ovelhas por Ele conduzidas”! Se estou, pois, a ser conduzido por Ele, se estou nas pastagens a que Ele me trouxe, porque me queixo? Não tenho recebido, em abundância, o maná que gratuitamente me desce todos os dias do Céu? Que tenho eu que protestar, se “O Senhor é um Deus grande, Rei poderoso, maior que todos os deuses” se nada há que Ele não conheça e comande, se “em Suas Mãos estão as profundezas da terra e os cimos das montanhas Lhe pertencem”, se “d’Ele é o mar; foi Ele quem o criou e a terra firme é obra das Suas mãos”, se o fundo e o cimo, o perto e o longe, tudo Lhe pertence? Como posso pensar, eu, mísera criatura, que o meu Pastor me não está dando o melhor pasto que para a minha alma neste momento se pode encontrar sobre a terra? Que melhor quero eu no Deserto, se não há outro caminho, se a Terra que o Senhor me prometeu fica para lá do Deserto, se é, portanto, pelo Deserto que é preciso caminhar? Que mais pode fazer por mim o meu Deus que o não tenha feito? Cuidado!: “Não torneis duros os vossos corações como em Meriba, como no dia de Massa, no deserto”! – assim fala a Voz do meu Senhor.
São 7:33.
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Salomão todos os dias vou ver o que escrevestes, faço uma impressão e guardo para ler com calma e no silencio, todos os dias aprendo algo , é uma catequese, bem haja
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