– 8:58:39
A imagem dos segundos chama-me a atenção para o Mistério dos Mistérios abrindo-Se de forma inaudita no Nono Dia. E nos outros Sinais Jesus como que me mete pelos olhos dentro a Sua Mãe, com Quem há já muito tempo não dialogo em forma escrita.
– Mãezinha, eu sei que estás aqui, certamente muito mais ansiosa do que eu por que a disformidade da minha carne desapareça… Quem sou eu, Mãe? Repara no que ainda há pouco na vigília escrevi.
– Tu és Moisés, não to disse já o Meu Filho? Acredita no teu Jesus.
– Eu acredito, Mãe. Tu sabes que eu acredito em todas as Suas Palavras, estou atento até ao Seu tom de voz, ando sempre a espiar tudo o que Ele faz, para ver se Lhe descubro os Desejos mais pequeninos.
– Ele não tem Desejos pequeninos.
– Pois… Tudo n’Ele é do tamanho de Deus, eu sei. Mas por isso mesmo: eu não quero perder nada do que Ele deseje comunicar-me. Eu não tenho é a certeza da fidelidade do meu ouvido, nem dos meus olhos, nem do meu coração! Não vês como estou, Mãe? Diz-me muito francamente, Tu que sabes o que se passa dentro de mim: também era este o Teu estado de espírito há dois mil anos, perante os acontecimentos todos que Te abalavam a vida em Nazaré?
– Meu filhinho, Eu sou tua Mãe. Mas sou também tua Irmã em tudo-tudo-tudo.
– Excepto no Pecado, Mãe!
– Apenas na mancha; não nas consequências. Como podes pensar que Eu vivi uma vida sem tentações, se o Meu Filho e Meu Senhor foi também tentado?
– E dúvidas também as tiveste, Mãezinha?
– A dúvida é justamente o primeiro passo da tentação. Lembra-te de Eva.
– Duvidar não é pecado?
– Que te disse Eu já sobre as dúvidas?
– A Fé sem dúvidas é morta.
– Duvidas de Deus?
– Não!
– De que duvidas então?
– De mim. Das minhas faculdades todas. Eu só duvido de mim, Mãe.
– Tens a certeza?
– Não, nem disso tenho a certeza: só não encontro dentro de mim nem um cantinho que ponha em causa a omnipotência e a perfeição de Deus. Mas sei lá… Satanás é tão manhoso e o nosso pecado tornou-nos tão frágeis… Tu sentias certamente dentro de Ti toda a Força do Espírito de Deus.
– Não foi assim, Salomão; era necessário que Eu fosse vossa Irmã em tudo, para poder vir a ser vossa Mãe. Todas as consequências do Pecado Eu tive que as suportar como qualquer criatura. Como o Meu próprio Filho também.
– Também tiveste dúvidas?
– Tantas!
– Duvidar não é pecado?
– Pecado é fazer Deus do nosso tamanho, duvidando d’Ele. Duvidar de Deus é ter caído na Tentação.
– Então também o Teu Filho teve dúvidas!?
– Hás-de perguntar-Lho um dia a Ele e Ele te revelará o Mistério da Sua Humanidade!
– Duvidar de si próprio é bom?
– Responde tu, Meu filhinho. Que te ensinou já a Sabedoria?
– A dúvida de nós próprios é a garra que afasta a escuridão a caminho da Aurora.
– Quiseste fazer uma frase bonita, não quiseste?
– Acho que quis. E Tu, que pretendeste Tu ao fazer-me esta pergunta?
– Quis fazer-te duvidar de ti.
– E isso é Amor, Mãe?
– É. É manter o teu coração vigilante. Deixas-Me vigiar o teu coraçãozito?
– Já sabes que é tudo o que eu quero. Mas olha: porque quiseste que eu escrevesse “coraçãozito”?
– Que te parece? Tu não és especialista em análise de palavras?
– Sou, sou professor disso. E costumo dizer que os diminutivos servem para diminuir.
– Sentiste-te diminuído?
– Senti-me amado. E o Amor é sempre aumentativo.
– Nova frase bonita, não?
– Que me queres dizer desta vez, Mãezita?
– Que não te prendas ao jogo das palavras. Nunca te deixes deslumbrar por qualquer construção verbal. Repara nos Dez Mandamentos que Yahveh escreveu em tábuas de pedra e que está hoje escrevendo de novo, também nestas folhas. Repara também nas Minhas palavras aos pequeninos, em Lourdes, em Fátima, em Garabandal, em Medugorje. Considera a Palavra do próprio Deus que a Vassula regista! Atenção, Meu filho: as palavras são só um invólucro de carne que com o tempo murcha e se corrompe; querer fazer delas monumentos imorredoiros é soberba igual à dos construtores da Torre de Babel.
– Mas há também as Parábolas de Jesus…
– Construção verbal, as Parábolas de Jesus?
– Mas há também o Cântico dos Cânticos…
– Acho que Me apanhaste. Mas tem muito cuidado: o Cântico dos Cânticos não tem palavras ociosas.
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