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O comportamento de Deus quanto à oportunidade de revelar os Seus ilimitados Mistérios é deveras surpreendente: às vezes parece esperar tempos infinitos e outras vezes parece revelar tudo de rajada, sem ter em conta a situação concreta de cada coração; num momento parece dar prioridade a um coração sobre todos os outros, noutro parece agir indiscriminadamente, impondo, sem contemplações, determinada revelação a todos por igual. Espera milénios até escolher um Povo a que chama Seu, no espaço de poucas gerações multiplica-o e dá-lhe prosperidade, mas de repente deixa-o tornar-se todo escravo; mantém-no na escravidão até ao insuportável, mas de repente liberta-o por um processo fulminante e espectacular; enche-lhe o coração de sonhos com uma Terra onde corre leite e mel e obriga-o a passar quarenta anos em pleno deserto, até à beira da desesperança, para de repente o lançar numa conquista fulminante de uma terra própria, enfim, mas…onde, de facto, o leite e o mel nunca mais se vêem correr, continuando negras as perspectivas, ainda hoje. Incarna como Verbo - como Palavra! - mas mantém-Se trinta anos calado perante o mundo, e quando fala despeja-Se literalmente sobre as pessoas, indiscriminadamente, com uma intensidade que chega à violência sem, pelo menos na aparência, Se importar de saber se as pessoas estão ou não preparadas para receber uma avalanche daquelas!
Maria, como sabemos, é a Delicadeza personificada, mas não interfere neste comportamento de Deus, que Ela entende e sabe necessário; apenas Se coloca junto de nós, aliviando com o Seu jeito encantador o nosso doloroso processo de entendimento. Onde bate, na nossa Carne, o Coração? Eu fixo atentamente a Escuridão, ponho as objecções dos nossos conceitos e da nossa lógica e Ela dá uma resposta brincalhona, a dizer-me o óbvio, a reforçar a minha Esperança, mas mantendo-me na busca dolorosa…
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