5/10/97 – 4:24
Proclama! Dá testemunho! Vai! É esta a Mensagem dos Sinais, hoje. Mas como posso entender este tão veemente apelo do meu Mestre? Proclamo quando? Dou testemunho de que forma? Vou para onde?
Decididamente, as palavras de Jesus têm uma dimensão que as nossas não têm. Se eu as reduzir aos limites do significado, mesmo do mais amplo, que as nossas palavras possam ter, as palavras que Deus escolhe para falar connosco tornam-se muitas vezes incompreensíveis, ocas. Mas seria absurdo que Deus nos falasse para permanecer incomunicável; pelo contrário, sabemos que toda a palavra de Deus é viva e plenamente eficaz. E vejo agora que a sua eficácia está justamente na sua amplidão.
Jesus é a Palavra eterna do Pai e por isso, quando fala, as Suas palavras vêm todas carregadas de eternidade. Se as ouvirmos com amor, elas estão já levando-nos à dimensão intemporal do próprio Deus – elas estão a moldar-nos à imagem de Deus; se as rejeitarmos e permanecermos obstinados na nossa rejeição, elas manifestam a nossa cegueira, cuja consequência é a maldade e a dor, como claramente estamos vendo nesta Babel que a nossa soberba construiu.
Mas a Palavra de Deus-Connosco, além de intemporal, é universal. Toda ela. Não há palavra de Deus que fique reduzida a uma pessoa, encerrada num lugar. É bem verdade que Deus, quando fala, mesmo que se dirija a uma multidão, visa sempre e só os corações. Cada coração em privado. Ainda que as Suas palavras venham acompanhadas de sinais espectaculares à vista do mundo inteiro, onde Deus quer chegar é sempre e só aos corações, a cada coração, como se todos os outros não existissem. Mas está aqui o prodígio: ao ser recebida por um coração, a Palavra aí se enraíza e aí cresce, porque é viva, vem carregada da própria Vida de Deus. Se não for entretanto sufocada, ela transforma cada pessoa num mensageiro transmitindo o que recebeu. Fica assim inserida no universal Corpo dos que amam o Senhor e nele circula, impulsionada por um único Coração, a que chamamos Espírito de Deus.
Somos tão ridículos quando pretendemos ser os juízes da Palavra de Deus! Por isso ao longo da História sempre perseguimos os Profetas: como é óbvio, eles não se encaixam, de forma nenhuma, nos nossos tacanhos esquemas lógicos. É verdade que Deus fala a nossa linguagem. Mas também é verdade que Deus nos veio salvar da nossa lógica. É verdade que ele veio até nós e Se fez um de nós em tudo. De tal maneira Lhe impusemos a nossa lógica, que nela O asfixiámos e matámos. É, pois, manifesto que Ele não veio à terra para contemplar sobranceiramente a nossa miséria; assumiu-a. E ao assumi-la assim na sua mais crua violência, Ele comunicou-Se até onde o homem nunca supôs que Deus pudesse mostrar-Se. Veio, pois, transmitir-nos, em toda a sua amplitude, a Dimensão de Deus, libertando-nos para ela.
É justo, pois, que aceitemos caminhar pela dimensão de Deus, nem que para isso toda a nossa lógica seja posta em causa, todos os nossos esquemas tenham que desfazer-se. Assim, quando Jesus me diz, aqui neste quarto, a esta hora da noite, “Vai!”, esta palavra, que parece oca, eu tenho que a entender na Dimensão de Deus, que a quer escrita agora para Se servir dela amanhã, daqui a dez, a mil anos, com uma eficácia fulminante.
São 6:56!?
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